domingo, 27 de novembro de 2016

Campinas : Jonas Donizette põe projeto de reservatório na gaveta

Barragem seria feita no Rio Jaguari, em Sousas, teria capacidade para armazenar 15 bilhões de litros de água
 
 
O projeto para a construção de uma represa de água bruta no distrito de Sousas, na região conhecida como Três Pontes, para garantir a segurança hídrica de Campinas, foi engavetado. O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse na semana passada que, embora a proposta não tenha sido abandonada, a Prefeitura não tem recursos para implantar um empreendimento como esse, com custo estimado de mais de R$ 150 milhões, e haveria muita dificuldade, com a crise econômica, de encontrar um investidor para uma parceria público privada. A construção de um reservatório integrou o pacote de enfrentamento da crise hídrica apresentado pelo prefeito em maio de 2014.
 
Os estudos para o empreendimento foram coordenados pela Sanasa, tanto de viabilidade técnica quando a estrutura financeira do projeto — seria um reservatório de água bruta com capacidade de armazenamento de cerca de 15 bilhões de litros, capaz de dar autonomia de abastecimento de 50 dias à cidade. A implantação de um reservatório próprio, segundo os estudos, é projeto de longo prazo, com custo estimado em mais de R$ 150 milhões.
 
“O projeto não foi descartado, mas não tem viabilidade agora”, disse Jonas. Segundo ele, as duas barragens que o Estado construirá no Rio Camanducaia, em Amparo, e no Rio Jaguari, em Pedreira, darão maior segurança hídrica à região e Campinas será beneficiada. O governo do Estado conseguiu viabilizar os recursos para esses empreendimentos — vai utilizar uma parte de um empréstimo de US$ 204 milhões (R$ 813,9 milhões) tomado junto ao banco Corporação Andina de Fomento (CAF) destinado à implantação de um projeto de macrodrenagem do Rio Baquirivu-Guaçu, em Guarulhos, para investir na construção das represas nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). O governo aguarda o encaminhamento, por parte da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, do termo aditivo ao contrato de financiamento junto a Corporação Andina de Fomento (CAF) para iniciar o processo de licitação.
 
A implantação dessas barragens ainda enfrenta outro problema — a poluição do Rio Camanducaia pode impedir o barramento do rio e o uso para abastecimento. Para que a água possa ser utilizada, haverá necessidade de melhorar significativamente o tratamento do esgoto das cidades situadas ao longo do rio, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). A agência indeferiu pedido de outorga preventiva apresentado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) por causa da qualidade da água, que tem alta concentração de fósforo. O aval da ANA é necessário porque o Camanducaia é um rio de domínio federal. O Daee está apresentando soluções para melhorar a qualidade da água.
Para a represa de Campinas, os técnicos da Sanasa avaliaram o estudo feito pela Irrigart Recursos Hídricos e Meio Ambiente, empresa contratada pela Prefeitura no ano passado para apontar alternativas de áreas para a implantação do reservatório. Ele avaliaram também os estudos para a estruturação de parceria publico-privadas para viabilizar os investimentos privados no empreendimento, apresentados pela empresa Aegea Saneamento, que gerencia ativos de saneamento por meio de várias concessionárias. Além da estrututação financeira, a Aegea também fez estudos para a criação de condições institucionais e econômico-financeiras de atuação da Sanasa em projetos associados na área de saneamento básico e ambiental em Campinas.
 
A ideia é que o reservatório receba, por uma adutora, água do rio nos momentos em que o Atibaia está com boa vazão, nos períodos de chuva, e assim criar uma reserva para os períodos de estiagem. O reservatório descarregará a água até as estações de tratamento, utilizando as adutoras já existentes.

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