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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Redes sociais se aliam contra 'conteúdos terroristas'

Nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras
Divulgação
Nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras
Facebook, Microsoft, Twitter e YouTube anunciaram nesta segunda-feira (5) uma associação em escala mundial para identificar mais rapidamente "conteúdos com caráter terrorista" em suas plataformas.
As quatro empresas americanas planejam criar uma base de dados comum que inclua as "impressões digitais" de fotos e vídeos de propaganda e de recrutamento "terroristas" retirados de suas plataformas, segundo mensagem comum publicada em seus respectivos sites.
"Ao compartilhar estas informações entre nós, podemos utilizar (estas impressões digitais) para ajudar a identificar conteúdos potencialmente terroristas em nossas respectivas plataformas dirigidas ao grande público".
Mas nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras.
Cada uma decidirá também, de forma independente, que imagens e vídeos acrescenta à base de dados comum, que será iniciada com as imagens e vídeos "mais extremos e flagrantes" retirados de suas plataformas.
A iniciativa chega no momento em que Estados Unidos, Comissão Europeia e uma série de governos multiplicam seus apelos às redes sociais para que intensifiquem sua luta contra a propaganda jihadista on-line.

Gaga sofre de estresse pós-traumático por causa de estupro

Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
 Na última segunda-feira (5), em entrevista ao Today Show, Lady Gaga revelou o que considera seu maior segredo: um transtorno mental causado pelo estupro que sofreu aos 19 anos.
O programa mostrou um vídeo da cantora em um abrigo em Nova York para jovens LGBT, o Ali Forney Center. Lá, ela trocou experiências com os residentes, doou roupas e outros itens essenciais, fez um show e revelou que sofre de transtorno de estresse pós-traumático.
"Eu disse às crianças que sofro de uma doença mental - eu sofro de estresse pós-traumático. Eu nunca disse isso antes a ninguém, então, aqui estamos. Mas, a gentileza que os médicos me mostraram, assim como minha família e meus amigos, realmente salvou minha vida", disse a cantora. Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
Na entrevista, a cantora também afirmou que espera que dividir seu trauma ajude a empoderar jovens para que eles se abram sobre seus problemas. Um dos residentes do abrigo disse a Gaga que ouviu muitas vezes o álbum Born This Way quando sua família o rejeitou por ser gay.
Depois de conversar com os jovens do abrigo individualmente, a cantora liderou um círculo de meditação. "Meditação me ajuda a me acalmar. Eu não tenho os mesmos problemas que vocês, mas eu tenho um transtorno mental e luto com ele todos os dias", disse aos residentes.

Campinas : Jonas Donizette ; Suposto plano de abrir escritório é questionado

O vereador Pedro Tourinho (PT) protocolou na Câmara de Campinas, ontem, requerimento para cobrar esclarecimentos do prefeito Jonas Donizette (PSB) sobre a suposta instalação de um escritório da administração municipal na cidade de Dongguan, na China.
"É engraçado que o prefeito fecha a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central, reduz horário de atendimentos de postos de saúde, deixa a população na mão e abre escritório na China", criticou o parlamentar.
No requerimento, ele questiona qual o projeto que será desenvolvido, quais os custos e quem vai arcar com eles e como serão escolhidos e distribuídos os funcionários. "É importante saber quais setores serão privilegiados e porquê", disse Tourinho.
O prefeito embarcou no último final de semana para o Oriente para "trocar experiências e atrair investimentos dos chineses", segundo a prefeitura, em nota. A administração comunicou que ele ficará no país entre os dias 5 e 11. Em sua página no Facebook, Jonas publicou um vídeo enquanto fazia escala na fábrica da empresa BYD (multinacional chinesa com investimentos em Campinas), em Lancaster, na Califórnia (EUA). Ele disse que a viagem é custeada pela empresa e não tem uso de verbas municipais.
"Meu objetivo é atrair mais investimentos para a nossa cidade, para que possamos criar mais ofertas de emprego e sairmos o quanto antes da crise que afeta o nosso País", escreveu ele, em resposta a um usuário que questionava os custos da visita.
A prefeitura foi questionada pela reportagem, mas não comentou sobre o suposto escritório. A BYD tem uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas e até o final do ano deve iniciar a produção de painéis fotovoltaicos no município.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Cubanos festejam morte de Fidel pela segunda noite

A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
ANGEL VALENTIN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP






















A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
Cantando e dançando, os cubanos de Little Havana, em Miami, festejaram pela segunda noite consecutiva a morte de Fidel Castro, em frente ao emblemático Café Versalhes, que durante décadas foi o lugar de encontro dessa comunidade no exílio.
A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã, embora as ruas já tivessem sido abertas ao tráfego.
"Não me canso de comemorar, porque parece mentira. Nunca pensei que esse momento fosse chegar", comentou Delsy, que não quis dar seu sobrenome.
Um casal cantava "Guantanamera" com microfone e amplificador, enquanto outros marcavam o ritmo de "La vida es un carnaval" com panelas, e um grupo entoava "Fidel, tirano, leva o seu irmão!".
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira (25) em Havana, aos 90 anos, anunciou seu irmão Raúl, atual presidente cubano.
Quinze quarteirões mais ao leste, a boate de salsa Ball & Chain, um clássico entre os locais e parada obrigatória dos ônibus de turismo, oferecia descontos e promovia um novo coquetel: "Adeus Fidel".
O lugar estava abarrotado na noite de sábado. Repleta de bares e de restaurantes cubanos, a rua estava cheia de vida a altas horas da noite, "muito mais do que o normal", segundo a garçonete de um estabelecimento.
Em uma esquina próxima, em frente ao Parque Dominó, onde aposentados cubanos se reúnem todas as tardes para jogar, o futuro da Ilha era o principal tema de discussão.
"Agora, nós, cubanos, temos a esperança de que, sem Fidel, o comunismo dele vai cair e, se Deus quiser, poderemos voltar para o nosso país livre", comentou Vicente Abrez, de 65 anos.
A continuidade de Raúl Castro no poder não desanima os anticastristas que emigraram da ilha.
"Não acho que vai mudar muito, mas é uma luz no fim do túnel, é alguma coisa", disse Leticia Gallo, uma terapeuta de 44 anos que chegou a Miami há sete com um filho pequeno.
Rezando por Cuba
Na Ermita de la Caridad del Cobre, o santuário da padroeira de Cuba, o próprio arcebispo de Miami, Thomas Wenski, celebrou uma missa atipicamente cheia.
"Fidel Castro morreu. Agora lhe caberá o julgamento de Deus, que é misericordioso e também justo", disse o prelado.
"Que Santa Maria da Caridade escute o povo e adiante para Cuba a hora da reconciliação", acrescentou.
Os artistas cubanos também levantaram sua voz. O produtor musical Emilio Estefan, marido da estrela da salsa Gloria Estefan, exclamou: "Por Cuba, um novo amanhecer com um novo sol cheio de esperança".
O músico Willy Chirino participou da festa de Miami no sábado, e os músicos Arturo Sandoval, Paquito D'Rivera e Jon Secada cumprimentaram os exilados cubanos.
Castro "separou nosso povo e fez que nos odiássemos mutuamente", disse Sandoval.
Os políticos também deram seu apoio às comemorações do exilados.
O prefeito de Miami, Tomás Regalado, visitou a manifestação durante a tarde de sábado e justificou o fato de seus compatriotas mostrarem tanta alegria com uma morte.
"Nós, cubanos, temos o direito de comemorar esse dia", disse aos jornalistas, pedindo à comunidade latino-americana "que não critique os cubanos por comemorarem e que entendam o que isso significa".
Em um comunicado, o governador da Flórida, Rick Scott, disse que se unia "aos cubano-americanos de todo o país que estão incrivelmente esperançosos com o futuro de Cuba".
O senador pela Flórida Marco Rubio e Ileana Ros-Lehtinen, representante dos congressistas de origem cubana, conhecidos pelo seu anticastrismo implacável, compartilharam esta visão.
Depois de chamar Fidel de "ditador do mal, assassino" no sábado, Rubio disse hoje à rede CNN que é "patético" que o presidente Barack Obama não tenha mencionado as "milhares e milhares de pessoas que sofreram brutalmente no regime, ou que morreram tentando escapar dele".
Em sua página na Internet, a congressista Ileana Ros-Lehtinen, que representa a área do sul da Flórida onde muitos cubanos exilados vivem, celebrou a morte de Fidel.
"Um tirano está morto e um novo começo pode surgir no último bastião comunista remanescente do Hemisfério Ocidental", publicou.
Segundo o Pew Research Center, há dois milhões de cubanos nos Estados Unidos. Desse total, 68% vivem na Flórida, sendo a maioria em Miami.

domingo, 27 de novembro de 2016

Campinas : Jonas Donizette põe projeto de reservatório na gaveta

Barragem seria feita no Rio Jaguari, em Sousas, teria capacidade para armazenar 15 bilhões de litros de água
 
 
O projeto para a construção de uma represa de água bruta no distrito de Sousas, na região conhecida como Três Pontes, para garantir a segurança hídrica de Campinas, foi engavetado. O prefeito Jonas Donizette (PSB) disse na semana passada que, embora a proposta não tenha sido abandonada, a Prefeitura não tem recursos para implantar um empreendimento como esse, com custo estimado de mais de R$ 150 milhões, e haveria muita dificuldade, com a crise econômica, de encontrar um investidor para uma parceria público privada. A construção de um reservatório integrou o pacote de enfrentamento da crise hídrica apresentado pelo prefeito em maio de 2014.
 
Os estudos para o empreendimento foram coordenados pela Sanasa, tanto de viabilidade técnica quando a estrutura financeira do projeto — seria um reservatório de água bruta com capacidade de armazenamento de cerca de 15 bilhões de litros, capaz de dar autonomia de abastecimento de 50 dias à cidade. A implantação de um reservatório próprio, segundo os estudos, é projeto de longo prazo, com custo estimado em mais de R$ 150 milhões.
 
“O projeto não foi descartado, mas não tem viabilidade agora”, disse Jonas. Segundo ele, as duas barragens que o Estado construirá no Rio Camanducaia, em Amparo, e no Rio Jaguari, em Pedreira, darão maior segurança hídrica à região e Campinas será beneficiada. O governo do Estado conseguiu viabilizar os recursos para esses empreendimentos — vai utilizar uma parte de um empréstimo de US$ 204 milhões (R$ 813,9 milhões) tomado junto ao banco Corporação Andina de Fomento (CAF) destinado à implantação de um projeto de macrodrenagem do Rio Baquirivu-Guaçu, em Guarulhos, para investir na construção das represas nas Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). O governo aguarda o encaminhamento, por parte da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, do termo aditivo ao contrato de financiamento junto a Corporação Andina de Fomento (CAF) para iniciar o processo de licitação.
 
A implantação dessas barragens ainda enfrenta outro problema — a poluição do Rio Camanducaia pode impedir o barramento do rio e o uso para abastecimento. Para que a água possa ser utilizada, haverá necessidade de melhorar significativamente o tratamento do esgoto das cidades situadas ao longo do rio, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA). A agência indeferiu pedido de outorga preventiva apresentado pelo Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee) por causa da qualidade da água, que tem alta concentração de fósforo. O aval da ANA é necessário porque o Camanducaia é um rio de domínio federal. O Daee está apresentando soluções para melhorar a qualidade da água.
Para a represa de Campinas, os técnicos da Sanasa avaliaram o estudo feito pela Irrigart Recursos Hídricos e Meio Ambiente, empresa contratada pela Prefeitura no ano passado para apontar alternativas de áreas para a implantação do reservatório. Ele avaliaram também os estudos para a estruturação de parceria publico-privadas para viabilizar os investimentos privados no empreendimento, apresentados pela empresa Aegea Saneamento, que gerencia ativos de saneamento por meio de várias concessionárias. Além da estrututação financeira, a Aegea também fez estudos para a criação de condições institucionais e econômico-financeiras de atuação da Sanasa em projetos associados na área de saneamento básico e ambiental em Campinas.
 
A ideia é que o reservatório receba, por uma adutora, água do rio nos momentos em que o Atibaia está com boa vazão, nos períodos de chuva, e assim criar uma reserva para os períodos de estiagem. O reservatório descarregará a água até as estações de tratamento, utilizando as adutoras já existentes.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Rota cumpre o seu dever e mata quatro vagabundos na zona sul de São Paulo

Quatro suspeitos de tráfico de drogas foram mortos por policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar), na Vila Capela, zona sul de São Paulo, na noite desta quinta-feira (17).
Os policiais foram até uma casa na rua João Pedro Ribeiro apurar uma denúncia de tráfico de drogas, por volta das 19h30. Os militares disseram que foram recebidos a tiros pelos suspeitos e revidaram.
Na troca de tiros, quatro jovens, com idades entre 18 e 24 anos, foram baleados. Nenhum policial militar ficou ferido.
Os baleados foram levados ao pronto-socorro do Hospital Municipal Arthur Ribeiro Saboya, onde morreram.
O caso será investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Campinas : MPE abre inquérito para investigar Jonas Donizette por negligência na saúde e educação

O 15o Promotor da Justiça Cível de Campinas, Angelo Santos de Carvalhaes, instaurou um inquérito civil para averiguar negligência da Prefeitura de Campinas por causa da suspensão de serviços de educação e saúde. Estes serviços pararam de funcionar na época em que todos os vigilantes e funcionários e funcionárias da limpeza foram demitidos. A denúncia ao MPE (Ministério Público Estadual) foi feita pelo Vereador Pedro Tourinho.
Além disso, segundo o inquérito civil, o promotor também irá investigar eventual descumprimento contratual pelas empresas Gocil Serviços de Vigilância e Gocil Serviços Gerais. A denúncia no MPE foi feita no dia 6 de junho deste ano. Além do parlamentar, o Conselho Municipal de Saúde e um conselheiro de educação também ingressaram com denúncias.
A empresa tinha um contrato de R$ 65 milhões com a administração e o rompeu, segundo ela mesma, por falta de pagamento. Com isso, 1,6 mil trabalhadores que faziam trabalho de limpeza e vigilância foram retirados dos respectivos postos, causando restrição no atendimento nas unidades de saúde e escolas.
A Gocil informou que o contrato foi rompido porque os atrasos nos pagamentos superam três meses. Disse ainda que recebeu informações de que não haveria previsão de liquidação das parcelas correntes até dezembro deste ano.
Um antigo contrato com a Gocil foi questionado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). O órgão atestou que a empresa “apresentou valores acima da pesquisa de mercado e os preços unitários maiores que os referenciais”.
“Mesmo com um antigo contrato questionado pelo TCE, a prefeitura insistiu na contratação da mesma empresa. Por isso, na minha denúncia, pedi a apuração do processo licitatório da mais nova contratação, do rompimento contratual, além de uma eventual negligência da administração na suspensão da prestação de serviços essenciais para a população”, comentou o parlamentar.
O promotor deu um prazo de 30 dias para a prefeitura apresentar cópias do pregão presencial que originou o contrato, o próprio contrato, notas de pagamentos, entre outros.

MPE investiga compra de merenda por Jonas Donizette

O MPE (Ministério Público Estadual) instaurou um inquérito civil para investigar os contratos da gestão Jonas Donizette (PSB) com a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar). A informação foi publicada pelo jornal TODODIA, no dia 28/10, e traz a justificativa que é necessário apurar se há irregularidades e sobrepreço na contratação da empresa para distribuição de suco de laranja na merenda escolar entre 2013 e 2015.
Em 26 de janeiro deste ano, o vereador Pedro Tourinho propôs a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) com a finalidade de investigar fraudes na compra de produtos para merenda escolar em Campinas. A base governista, porém, recuou e não permitiu a investigação.
De acordo com a reportagem, em julho, o ex-vendedor da entidade, Emerson Girardi, disse em depoimento à Operação Alba Branca que o contrato celebrado entre a Prefeitura de Campinas e a Coaf em 2013 foi o "melhor negócio" feito pela cooperativa, uma vez que os sucos de 200ml eram vendidos por R$ 1,89, enquanto o preço real era de R$ 1,25. Ele relatou que tais detalhes foram revelados a ele por Cássio Izique Chebabi, ex-presidente da cooperativa.
ESTADO
Em janeiro, o MPE deflagrou a Operação Alba Branca, que investiga um esquema de desvio de verbas públicas a partir de contratos superfaturados da merenda. Estima-se que R$ 400 milhões tenham sido pagos em propina. O MPE apontou fraudes nos contratos de merenda escolar entre a Coaf e quatro prefeituras da RMC (Região Metropolitana de Campinas): Americana, Campinas, Paulínia e Valinhos, segundo a reportagem.

Liminar autoriza coleta de lixo em Campinas Cidades

Coleta de lixo mecanizada na Rua Sacramento, em Campinas
A juíza titular da 3ª Vara do Trabalho de Campinas, Marina Zerbinatti, concedeu na tarde desta quinta-feira (17) uma liminar que suspendeu a decisão do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) que proibia a coleta de lixo na cidade de Campinas. O pedido de liminar foi ajuizado pelo Consórcio Renova na noite desta quarta-feira (16).
"A interdição determinada pela Autoridade Administrativa (MTE) transcende os riscos à saúde dos trabalhadores, pois a paralisação dos serviços de coleta de lixo representa risco à saúde pública, de toda a população atendida, inclusive destes mais de novecentos trabalhadores acaso residiam na região de Campinas, especialmente em tempos de enfermidades como Dengue, Chikungunya e Zika", considerou a juíza.
Na manhã de hoje era possível encontrar lixo acumulado em diversas vias e bairros que estão fora da zona de coleta mecanizada, serviço que não foi suspenso e atende 20% da cidade. Os bairros atendidos são: Centro, Cambuí, Barão Geraldo, Mansões Santo Antônio, Souzas, Joaquim Egídio e parte do bairro Guanabara.
Desde a tarde às 15h de ontem, quando foi suspenso o serviço de coleta pelo MTE, 80% da cidade estava sem coleta regular. A suspensão da coleta aconteceu após o MTE constatar irregularidades nas condições e forma de coleta do lixo feita pelos trabalhadores.
"As condições encontradas pelos fiscais foram de transporte inseguro dos trabalhadores coletores de lixo, devido à superlotação, tanto na cabine dos caminhões no trajeto da saída da empresa até a primeira parada para coleta, como no estribo (parte traseira) dos caminhões, haja vista o risco de quedas, atropelamentos e esmagamentos de partes corporais dos empregados na área de compactação de lixo dos caminhões", explicou a assessoria do órgão, ontem.
A Marina Zerbinatti ainda considerou, na liminar, que "não se está validando a situação imposta a estes trabalhadores, porém, a interdição dos serviços de forma abrupta não soluciona a questão e não traz qualquer benefício à categoria, muito menos à população".

Câmara de Campinas aprova "aplauso" ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump


A Câmara de Campinas que ganhou repercussão nacional por moções e projetos polêmicos, aprovou na sessão desta quarta-feira (16) um requerimento de aplauso ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O requerimento do vereador Paulo Galtério (PSB) foi aprovado praticamente sem discussão, com ampla maioria e apenas quatro votos contrários. Apenas Paulo Bufalo (Psol) usou a tribuna para discursar contra a proposta, que considerou "lamentável a iniciativa de aplaudir um cidadão eleito com posições machistas, xenofóbicas (antipatia pelo estrangeiro), com posições que aparta a sociedade".
Após a confirmação da vitória do republicano Donald Trump, no último dia 09, bolsas do mundo todo registraram fortes quedas nas ações. A ascensão de Trump é vista com desconfiança pelos mercados e é temida por líderes internacionais, isso porque durante a campanha ele afirmou que irá deportar latinos, aumentar o protecionismo nacional, construir um muro para separar o México dos Estados Unidos, entre outras pautas conservadoras.
Em abril, oito dias após o deputado Jair Bolsonaro (PSC) apoiar a votação do impeachment e invocar a “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, os parlamentares aprovaram uma moção de repúdio a essa reverência.
O deputado protestou contra o posicionamento e chamou os vereadores de “otários” em entrevistas à imprensa. Em contra-ataque, a Câmara declarou Bolsonaro persona non grata em Campinas, sua cidade natal.
O parlamentar Jota Silva (PSB) tentou emplacar em novembro de 2015 um projeto para instalar um letreiro, semelhante ao de Hollywood, com os dizeres “Campinas, terra de Carlos Gomes”, a medida não avançou.
Já em outubro, Campos Filhos (DEM), propôs uma moção - que foi aprovada e encaminhada ao Ministério da Educação - para anular uma questão do Enem daquele ano que citava a filósofa feminista, Simone de Beauvoir. "É uma iniciativa (do governo federal) demoníaca. Porque eles estão querendo empurrar (o conceito) goela abaixo das pessoas quando se coloca uma situação dessas na prova do Enem", disse à época.
Em agosto de 2015, novamente Jota Silva (PSB) propôs um projeto de lei para celebrar o “Dia do Gol da Alemanha”, o objetivo era comemorar oficialmente no calendário da cidade a data que marcou o maior massacre do futebol brasileiro, quando o técnico Felipão e seus comandados levaram uma surra de 7 a 1 dos germânicos, no Mineirão, na Copa de 2014.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Campinas : Morador de rua é assassinado no Terminal Central


Um morador de rua foi morto a facadas na manhã desta quarta-feira (16), no Terminal Central de Campinas. O homem de cerca de 25 anos foi golpeado por um desconhecido às 6h, enquanto dormia, próximo ao cruzamento da Rua Cônego Cipião com a Avenida Senador Saraiva. O nome da vítima não foi divulgado. Ninguém foi preso até o momento desta publicação.
O homem estava sem documentos de identificação e foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) de Campinas, onde deverá ser feito o reconhecimento por parentes, segundo informou a Setec (Serviçoes Técnicos Gerais). A vítima tem 1,70 m e pesa cerca de 70 quilos. Não foram passados mais detalhes da aparência física.
De acordo com a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), o Samu chegou ao local por volta das 6h10, mas o homem já estava morto. A empresa informou que às 6h40 foi colocada sinalização especial para orientar o trânsito na região e não há registros de lentidão. A Polícia Científica chegou ao local do crime por volta de 7h10. Até às 8h50, o corpo ainda não havia sido retirado do local pela Setec.
Não há cobertura de câmeras de  segurança na área em que aconteceu o crime, segundo a Emdec. O caso foi registrado no 1º DP (Distrito Policial).

Policiais militares abandonam posto e se juntam a manifestantes; Veja vídeo

Reprodução | Julio Trindade

PM abandona posto e se junta a manifestantes no Rio de Janeiro


Dois policiais militares abandonaram o posto e se juntaram a manifestantes durante protesto de servidores contra o pacote de ajuste fiscal proposto pelo governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), na tarde desta quarta-feira (16). Desde a manhã há confrontos com a polícia em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro).
Apesar do forte esquema de segurança, manifestantes conseguiram derrubar algumas grades que protegem a assembleia, e a polícia interveio dispersando-os com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
Até o momento, não houve invasão do edifício. Policiais do choque e agentes da polícia legislativa que faziam a barreira na porta antes do conflito foram forçados a entrar para fugir dos efeitos do gás.
O confronto começou por volta das 13h. Logo depois, o presidente da Alerj, Jorge Picciani, deu entrevista pedindo calma e confirmando que os dois primeiros projetos do pacote serão discutidos esta tarde.
Um deles reduz em 30% salários do alto escalão do governo e outro trata do pagamento de dívidas do governo com precatórios.
"Não é com força física, não é com violência que se vai construir uma solução. Espero que haja equilíbrio dos dois lados", afirmou.
OUTRA CONFUSÃO
Mais cedo, por volta das 10h40, também houve confusão entre os próprios manifestantes. Um grupo de agentes penitenciários se desentendeu com servidores da educação por causa da presença de bandeiras de partidos de esquerda. Servidores do Degase, o sistema correcional para menores infratores no Rio, tomaram a bandeira de militantes da educação.
Houve empurra-empurra e um policial militar aposentado jogou spray de pimenta no meio da confusão. Ocorreu um princípio de tumulto, mas logo em seguida os ânimos se dissiparam.
Embora protestem pelo mesmo motivo, há divisão ideológica entre, de um lado, os grupos da educação, cultura e saúde e, de outro, servidores da área da segurança pública.
Policiais militares e civis, bombeiros e agentes penitenciários, além de servidores do Judiciário e do Ministério Público participam do ato.
Vestidos de azul, os PMs estenderam uma faixa que diz "sem 13º, sem Réveillon". Uma segunda faixa diz "se aprovar [o pacote], a polícia vai parar".
Segundo o presidente do Sindicado do Sistema Penitenciário (SSP-RJ), Gutemberg Oliveira, o movimento é apartidário.
De acordo com ele, não há a intenção entre os manifestantes de voltar a ocupar o prédio da Alerj, a exemplo do ocorrido na semana passada, quando policiais em protesto invadiram a assembleia legislativa.
"Estamos aqui para fazer pressão e nosso inimigo é outro. A luta é unificada e temos que deixar nossas diferenças de lado. Não queremos ocupar a Alerj para não ter banho de sangue", disse.
Por volta das 11h40, contudo, uma militante convocou, em discurso no carro de som, a invasão do prédio. Servidores da segurança chegaram a cantar "uh, vamos invadir", mas não houve movimentação nesse sentido.
GAROTINHO PRESO
Servidores da educação comemoraram quando chegou ao protesto a informação de que o ex-governador do Rio Anthony Garotinho foi preso pela Polícia Federal.
"Au au au, só falta do Cabral", cantaram em referência ao também ex-governador Sérgio Cabral.

Ciro Gomes desponta como opção da centro-esquerda para 2018

Além de Ciro Gomes (PDT), que já desponta e se dissociou da imagem de aliado do ex-presidente e do PT, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), é citado nas altas rodas de Brasília como um potencial sucessor do lulismo, representante da centro-esquerda, para as próximas eleições presidenciais.
Para caciques partidários da direita à esquerda, até 2018 Lula da Silva será condenado em segunda instância num dos três processos em que é réu em 1ª instância, e cairá na lista da Ficha Limpa.
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Temer: ‘Se detenção de Lula vier após condenação, não haverá o que objetar’

Em conversa com o blog, Michel Temer esclareceu o que pensa sobre uma eventual ordem de prisão de Sergio Moro contra Lula. “Se a prisão vier depois de uma condenação, não haverá o que objetar”, declarou. Em entrevista veiculada pela TV Cultura na noite de segunda-feira, Temer dissera que a detenção de Lula causaria instabilidade ao governo e ao país. Foi criticado em artigo veiculado aqui. E achou conveniente explicar que se referia à provável reação de movimentos sociais a uma prisão temporária ou preventiva de Lula, sem sentença condenatória. “Evidentemente, se lá para a frente houver uma condenação judicial e Lula for detido em função dessa condenação, acabou”, disse.
Eis o que declarou Temer ao blog: “O que se fala muito hoje é que o Lula pode ser preso pelo Moro de forma temporária ou preventiva. Na entrevista, entendi que a pergunta era sobre isso. Respondi: se ele for processado, isso deve seguir com muita naturalidade. Agora, se ele for preso —eu quis dizer neste momento—, isso cria problema para o governo, porque alguns movimentos sociais que fazem objeção ao meu governo vão sair às ruas. Hoje, depois de seis meses, está passando um pouco aquela onda do ‘Fora, Temer’. Só agora está começando a passar. Se prender o Lula, o que vai acontecer? Essa foi a minha resposta, com muita franqueza: vai criar problema, instabilidade. Mas, evidentemente, se lá para a frente houver uma condenação judicial e Lula for detido em função dessa condenação, acabou.”
O repórter perguntou ao presidente se ele receberia com naturalidade a prisão de Lula como resultado de uma sentença condenatória do juiz Sergio Moro, ratificada pela segunda instância do Judiciário. E Temer: “Claro que sim. Convenhamos, sendo da área jurídica eu jamais me atreveria a dizer que alguém condenado não pode ser preso. Se a prisão vier depois de uma condenação, não haverá o que objetar. Nem poderia.”
Temer esclareceu também por que evitou responder, na entrevista exibida na segunda-feira, se concorda ou não com a ideia de anistiar o crime de caixa dois. “Eu não falava como Michel Temer naquela entrevista, mas como presidente da República”, disse. “Tenho como tese não influenciar nas questões do Parlamento, a não ser quando há interesse do governo. Faço muita distinção entre teses do governo e teses da sociedade. As teses da sociedade são versáveis pelo Congresso. Nas teses do governo, como a PEC do teto e a reforma da Previdência, nós entramos para valer.”
Temer prosseguiu: “Quando me perguntaram sobre o caixa dois, eu disse: não interfiro. Por quê? Se eu dou uma opinião desde já, quando surgir a hipótese de sanção ou veto, já estou comprometido com a opinião que eu dei, sem ter uma discussão final do Congresso Nacional. Tenho uma cautela extraordinária, até um pouco exagerada em relação a isso. Quero evitar qualquer espécie de autoritarismo do tipo: ‘eu estou decidindo assim ou assado’. Então, na entrevista, quando me perguntaram sobre esse tema, eu disse: Isso é uma questão do Congresso. Evidentemente, se isso for por lei, virá para mim, para sanção ou veto. Num momento posterior, vou fazer minha avaliação.”
Pode-se concluir, então, que não há uma decisão de sua parte sobre vetar ou não uma eventual anistia para o caixa dois?, indagou o repórter. “Sim, é isso”, respondeu Temer. “Não posso falar agora, para não influenciar. Vão dizer no Congresso que estou me metendo. Quando for o caso, e se for o caso, examinarei o que vou fazer.”
O presidente avalia que ainda não há clareza quanto ao que será aprovado pelo Congresso. Reconhece que “uma anistia ampla geral e irrestrita poderia ser mal recebida.” Mas pondera: “Percebo pelos advogados, meus colegas criminalistas, que a interpretação que mais está correndo, é a ideia de que o direito penal não retroage. Então, se hoje você tipifica como crime o caixa dois, significa que no passado ele não se aplicava. Essa é uma hipótese. Uma segunda hipótese é fazer a distinção entre aqueles que receberam efetivamente caixa dois, para a campanha, e os que receberam caixa dois como propina. Isso é uma coisa diferente. Acho que a tendência poderá ser essa da irretroatividade da legislação penal.”
O repórter insistiu: Não dá para dizer que, se vier a anistia, haverá um veto? Temer preferiu manter o suspense: “Não posso dizer. Tenho adotado um comportamento que tem dado muito certo. Nosso governo é quase um governo parlamentar. Na democracia, você tem que usar o Parlamento. A minha grande vantagem, penso eu, é ter uma boa relação com o Parlamento. Veja o caso da votação da PEC do teto na Câmara. Pela primeria vez, aprovou-se uma emenda à Constituiçao sem nenhuma modificação. Foi aprovada com 366 votos, quando os votos necessários são 308. Agora, está no Senado. Já foi aprovado na Comissão de Consttuição Justiça, com muita tranquilidade. Vai para a votação no plenário. De modo que estou sempre, nessa matéria de anistia, pisando em ovos. Tem que estudar. Não posso nem quero dizer nada que possa agredir o Congresso.”
É correto dizer que não há decisão de sua parte quanto ao veto? Sim. Até evito esse assunto. Quando alguém vem falar comigo, eu evito. Precisamente para que ninguém saia da minha sala dizendo: ‘olha, o Temer disse isso ou aquilo. É diferente ser presidente da República e deputado. Tenho de prestar muita atenção para o que eu falo.”

Garotinho: "Não subestimem Crivella; quem fez isso com Edir Macedo se deu mal"

  • Ale Silva/Futura Press
    "Eu dei uma aula de PMDB ao Crivella antes da eleição", diz Anthony Garotinho à BBC Brasil
    "Eu dei uma aula de PMDB ao Crivella antes da eleição", diz Anthony Garotinho à BBC Brasil
Está enganado quem pensa que Marcelo Crivella (PRB) --bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por seu tio, Edir Macedo-- transformará a prefeitura carioca em um governo teocrático, orientado por versículos da Bíblia e dogmas evangélicos. Quem afirma é o ex-governador Anthony Garotinho (PR), um dos caciques do partido do vice de Crivella, Fernando MacDowell, e espécie de "conselheiro pessoal" do novo prefeito nos últimos meses.
Mesmo atuando só nos bastidores, Garotinho adianta que Crivella fará no Rio de Janeiro um "governo conservador e de direita", obstinado em conquistar simpatia de setores não religiosos e da elite.
Segundo o ex-governador, Crivella deve fugir de radicalismos religiosos porque não pretende por em risco a ascenção de membros da igreja a cargos de destaque.
"Eu não subestimaria o governo do Crivella. Quem subestimou as atitudes do bispo Macedo se deu mal", alerta Garotinho.
"Eles são extremamente profissionais. O bispo botou sua igreja em mais de cem países. Tem mais seguidores fora do Brasil do que dentro. Vendia bilhetes (de loteria) e hoje tem a segunda maior rede de televisão do país. Tem cem emissoras de rádio. Disse que ia construir uma réplica do Templo de Salomão e agora vai fazer mais três. Na prefeitura, não deve ser diferente e quem espera amadorismo vai se decepcionar."
Em entrevista de mais de duas horas à BBC Brasil, ele nega acusações de envolvimento com milícias, se diz vítima de perseguição de juízes e dispara críticas a dezenas de desafetos políticos, especialmente do PMDB.
Garotinho é conhecido nos corredores de Brasília por carregar pastas pretas com dossiês recheados de escrituras, declarações de Imposto de Renda e cópias de documentos de figuras como o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.
"O PMDB é como uma prostituta. Dorme com tudo mundo, faz amor com todo mundo, mas não se apaixona por ninguém", dispara, citando a conclusão de uma conversa antiga, à beira de uma lareira em Petrópolis (RJ), com Leonel Brizola, seu ex-padrinho político. O partido não comenta as críticas.

Uma "nova Universal"

Júlio César Guimarães/UOL
"A disputa Freixo-Crivella foi como a briga entre Globo e Record --qual reality show é o preferido: Big Brother ou A Fazenda?", pergunta Garotinho. Ele mesmo responde: "Ganhou a Fazenda".
De acordo com Garotinho, a igreja de Edir Macedo e Crivella teria se refinado e hoje passa por uma "transformação eclesiástica e ideológica", deixando de lado o "fundamentalismo religioso para investir no liberalismo econômico e no pragmatismo, como fazem os religiosos conservadores do partido Republicano", nos Estados Unidos.
"A Universal de hoje não é mais aquela que chuta santa na TV", diz, afirmando que a igreja renova seu tradicional rebanho oriundo de classes mais pobres com novos seguidores da classe média, do empresariado e formadores de opinião.
Membro da Igreja Presbiteriana, ele critica a postura da atual bancada religiosa no Congresso, cujos expoentes são figuras como o pastor Marco Feliciano e o militar Jair Bolsonaro.
"A Bíblia diz: Cristo foi torturado. Quem torturou Cristo foi o poder da época. Então ele não poderia jamais aceitar o apoio de Bolsonaro, não faz sentido."
Uma das mais tradicionais lideranças evangélicas do Rio, Garotinho conta que se reaproximou de Edir Macedo após um afastamento de dez anos, por sugestão do próprio Crivella. Também diz que acompanhou de perto a campanha do bispo licenciado.
"Eu dei uma aula particular de PMDB ao Crivella antes da eleição", afirma o político - sua filha, a deputada Clarissa Garotinho, estava ao lado do novo prefeito no primeiro discurso após a eleição.
A discreta aliança entre os dois foi citada em todos os debates entre candidatos cariocas, geralmente associada à suposta ligação entre Garotinho e milicianos ou a "planos religiosos fundamentalistas" de poder.
"O carioca tem direito de saber que Garotinho vai voltar com o Crivella', dizia o rival Marcelo Freixo (PSOL), derrotado no segundo turno por 59,36% a 40,64% dos votos válidos. O bispo licenciado reagia: "Não tenho compromisso com o Garotinho. Espero que esse assunto se encerre."
Crivella chegou a emitir nota negando planos de oferecer uma secretaria ao colega. "O que existe entre o partido de Crivella e o de Garotinho é uma coligação, como também existe com outros partidos. Não houve nenhuma barganha de cargos", disse.
Garotinho faz piada: "Saí do governo há 14 anos e fui o nome mais citado das eleições 2016."

Tráfico de drogas X milícias

Marco Antônio Teixeira/UOL
Garotinho critica Marcelo Freixo, que em 2008 presidiu uma CPI sobre milícias que recomendou o indiciamento mais de 200 pessoas, além de levar à prisão vereadores e um deputado
Acusado em primeira instância, em 2010, por formação de quadrilha junto ao ex-chefe de política de seu governo, Álvaro Lins, ele se diz "perseguido" pelo Judiciário fluminense e nega acusações recorrentes de favorecimento a milícias.
À BBC Brasil, Garotinho reconhece que elas foram um "efeito colateral" do combate de seu governo ao tráfico de drogas.
"Tínhamos uma determinação: desmontar o Comando Vermelho (CV). Prendemos todos os cabeças, de Marcinho VP a Fernandinho Beira-Mar. Chegou um momento em que o CV estava acabado no Rio. E quem ocupa o lugar de benfeitor do mal? Isso foi o surgimento da milícia. Por isso insinuaram que eu tinha envolvimento com milícia: nunca tive, muito pelo contrário."
Questionado por que razão teria priorizado traficantes e poupado milicianos, cuja atuação se expandiu pelo Estado durante sua gestão, Garotinho se esquiva.
"A milícia não se fortaleceu porque eu atuei para isso. Atuei para combater o CV, que era uma grande força. Não tinha milícia (antes do meu governo). Era uma coisa residual, pequena, só tinha em Rio das Pedras. Quem mandava em todo lugar era o traficante."
À reportagem, ele critica Marcelo Freixo, que em 2008 presidiu uma CPI sobre o tema que resultou no indiciamento de mais de 200 pessoas, além de levar à prisão vereadores e um deputado.
"Ele não entende disso e nunca parou para discutir esse assunto comigo", diz. "Não existe mal menor, a milícia tem que ser combatida. Mas se você não entende a origem dela, vai combater errado."
Freixo, por sua vez, criticou Garotinho durante toda a campanha e defende que o apoio do político a Crivella "não pode vir de graça, sem contrapartida".

Rosinha Garotinho

Há mais de dez anos, o ex-radialista exerce uma faceta de analista político em seu blog, onde comenta governos e partidos, acusa rivais e se defende de revezes - como a derrota de seu candidato à prefeitura de Campos dos Goytacazes, seu principal reduto eleitoral.
"O resultado da eleição não foi o que de fato aconteceu. Ali tem fraude e a coisa não é pequena. Mais do que isso eu não posso falar", diz.
Sua esposa, Rosinha, eleita governadora do Rio após sua gestão, em 2003, enfrenta um processo que pode cassar seu mandato de atual prefeita de Campos por "abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação".
Para o Tribunal Regional Eleitoral, o site da prefeitura teria sido usado para favorecer a reeleição de Rosinha e seu vice, em 2012. Garotinho novamente nega ilegalidades. "Olha que loucura: cassar uma prefeita por uma matéria publicada no portal da prefeitura. Não tem sentido. Isso é clara perseguição."
Ele prefere falar sobre supostas ilegalidades e erros políticos de seus desafetos.
O político atribuiu à "arrogância" a derrota do peemedebista Eduardo Paes, que não conseguiu levar seu sucessor Pedro Paulo ao segundo turno mesmo depois da visibilidade de eventos como a Olimpíada.
"Paes perdeu pela soberba. Tem um versículo bíblico que diz que a soberba precede a queda. Tanto é assim que ele escolheu um candidato inviável. O povo perdoa um mau gestor, mas não perdoa quem bate em mulher", diz, em referência às acusações de agressão de Pedro Paulo à então esposa - as quais ele nega veementemente.

Papa diz que atitude humana mais próxima a Deus é o 'humor'



Durante um encontro com jesuítas no Vaticano, o papa Francisco afirmou que o humor é uma das atitudes mais próximas a Deus.   



"A atitude humana mais próxima à graça de Deus é o humor", disse Francisco aos religiosos segundo informou o padre Antonio Spadaro.  

O sucessor de Bento 16 ainda destacou que a "alegria é o que constitui a mensagem evangelizadora" porque "uma boa notícia não pode ser dada com o rosto triste".   


"A alegria não é um ato decorativo, mas um claro índice da graça. Indica que o amor está ativo, operante e presente. Para quem vai buscá-la, não pode confundir-se com um efeito especial que a nossa época sabe produzir por exigência de consumo. Mas, deve buscá-lo em sua essência que é a permanência", destacou.   

Aos religiosos, que são da mesma Ordem religiosa que Jorge Mario Bergoglio, o líder católico afirmou ainda que a "misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo e vida que coloca a palavra depois dos gestos concretos".

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Falência do sistema político brasileiro é mais desejo que realidade

Que a população está infeliz com o governo atual todos já sabem, mas isso não significa que o regime do país tenha fracassado, ao contrário, está apenas evoluindo
Em 2013, o povo saiu às ruas contra o governo.  Em 2015, a situação se repete e fica a pergunta:  o sistema pelo qual o Brasil é regido faliu? | Foto: Eraldo Peres/AP
Em 2013, o povo saiu às ruas contra o governo. Em 2015, a situação se repete e fica a pergunta:
o sistema pelo qual o Brasil é regido faliu? | Foto: Eraldo Peres/AP
Marcos Nunes Carreiro
Falência. Insucesso. Fiasco. Naufrágio. Falecimento. Ruína. Derrocada, malogro, colapso, desilusão, fracasso. São todas palavras que podem definir a atual situação política brasileira. Será que podem mesmo?
Nos últimos anos, após os sucessivos escândalos políticos que acometeram o Brasil, não foram raros os especialistas, cientistas políticos, autoridades e pesquisadores que apareceram falando sobre a “falência” do sistema político do país. E esta palavra, que virou uma espécie de jargão, foi reavivada na semana passada logo após a divulgação da lista de políticos envolvidos no esquema de corrupção, conhecido por “petrolão”, deflagrado pela Operação Lava Jato.
Os argumentos para os defensores do “fracasso” político brasileiro vai ao encontro do entendimento de que o país se modernizou nos últimos anos, mas tal modernidade não foi acompanha pelas práticas políticas, o que acabou criando um grande descompasso entre eleitores e eleitos. Contudo, é preciso analisar a situação para além da insatisfação popular com a atual situação brasileira, que é real, mas demanda estudos mais aprofundados.
Com base nos trabalhos acadêmicos voltados para o entendimento político-social, existem duas possibilidades de análise, como pontua o cientista político Francisco Tavares, professor da Universidade Federal de Goiás (UFG). A primeira trata da seguinte questão: existe uma corrente, de teoria política e teoria do Estado, que entende ser o próprio Estado liberal-democrático — esse Estado de direito, constitucional, que surge na virada do século XVIII para o século XIX — contraditório. Isso porque tenta superar as desigualdades criadas pelo mercado, ao mesmo tempo em que se alimenta desse mercado.
Um exemplo: o Estado quer evitar que haja fortunas muito significativas por entender que tais acúmulos de capital podem produzir desigualdades muito grandes e levar a sociedade a um colapso. O que ele faz: tributa. Porém, a partir do momento em que tributou essas grandes fortunas, o Estado passa a depender da ocorrência delas para financiar sua máquina. Ou seja, é um combate de algo que tem, ao mesmo tempo, sua criação estimulada.
Cientista político Francisco Tavares: “Brasil não vive ‘falência’ de modelo político, mas atravessa uma crise” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Cientista político Francisco Tavares: “Brasil não vive ‘falência’ de modelo político, mas atravessa uma crise” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Devido a isso esse tipo de sistema democrático liberal seria estruturalmente problemático e contraditório, o que gera, episodicamente, crises de legitimação e de política. Como diz Tavares, para quem pensa dessa maneira, logo o Brasil não vive uma “falência” de seu modelo político, mas apenas atravessa mais uma crise inerente ao modelo, visto que tivemos um momento de saturação econômica que coincide com um desgaste do governo. Isto é: “nenhuma novidade”.
Por outro lado, há várias correntes que entendem ser a democracia liberal uma forma bastante estável de gestão da sociedade, o que faz da crise, na verdade, o motor propulsor do Estado. “É aquela história de que, em uma democracia capitalista, é possível trazer o conflito para dentro do Estado, chamá-lo de eleições e fazer a sociedade girar sem precisar matar o oponente ou fa­zer uma guerra. É a teoria do li­be­ralismo entendido como fe­cha­do”, aponta.
Para essa teoria, quando há u­ma crise, ela deve ser lida sob duas possibilidades: a primeira trata de uma crise de regime, em que as pessoas não querem mais votar, não reconhecem mais as autoridades, sendo possível que ocorra até um golpe, uma revolução. A outra diz respeito a uma crise de governo, em que uma gestão especificamente não consegue atender mais às demandas da sociedade, seja por problemas com sua colisão governativa no Congresso; por não conseguir mais coordenar o próprio partido; porque a popularidade caiu; ou, no caso brasileiro, uma conjunção desses fatores.
Crise sim, mas do governo
Então, de acordo com essa corrente, o que vivemos no país atualmente é, no máximo, uma crise de governo e as pesquisas de opinião pública são claras nesse sentido. “Tanto o Latinobarómetro [organização sem fins lucrativos situada no Chile responsável por medir a opinião pública em 18 países da América Latina], como pesquisas de institutos particulares mostram que a confiança do brasileiro na democracia cresce ano após ano. Se o governo atual não tem popularidade, é outra história”, relata o cientista político.
Ou seja, não há uma “falência”, mas uma mudança. E isso ocorre porque qualquer sistema político, sobretudo o democrático, é um organismo vivo, ou seja, evolui. Por isso, o mais certo a se dizer é que o país passa por um momento de mudança, muito devido a ser jovem em relação a outras democracias, se considerado o que é democracia para a Europa ou Estados Unidos, que têm uma trajetória mais longa que a do Brasil.
O cientista político e professor da Universidade de Brasília (UnB) Alexandre Gouveia lembra que os brasieliros estão votando por eleições diretas há apenas sete eleições, desde o processo de redemocratização. “O tempo de um país é diferente do tempo das pessoas. Nós temos 40 anos como economicamente ativos, tempo curto para um país, que vive por meio de uma corrida de revezamento. O país possui ciclos de transformação e as gerações vão evoluindo ao longo disso.”
A questão é: o Brasil foi construído sobre um sistema político-eleitoral que era adequado à época de sua formação, pois fazia referência a outra cultura e quantidade de pessoas. Atualmente, entretanto, o país é outro, logo precisa de outro regramento eleitoral para mudar o sistema de eleição e de representação.
Isso mostra que mudanças são necessárias à jovem democracia brasileira, que ainda conta com personagens que começaram a atuar politicamente na época do coronelismo e do militarismo e que ainda estão acostumados, por exemplo, às conhecidas sucessões políticas, aquelas em que pais passam seus legados políticos para os filhos.
E tudo isso toca em um ponto primordial: a educação política da população.

O país precisa de uma população alfabetizada democraticamente

Falta educação democrática na população brasileira. Se isso for modificado, o país passará a ter uma população com informações básicas para o bom entendimento e o uso de seus processos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Falta educação democrática na população brasileira. Se isso for modificado, o país passará a ter uma população com informações básicas para o bom entendimento e o uso de seus processos | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
Alexandre Gouveia, professor da UnB, estava em São Paulo quando atendeu à ligação da reportagem. Ele iria participar, na quinta-feira, 12, do Prêmio Itaú-Unicef, que premia in­ci­a­tivas de educação integral. Sua presença na cerimônia se deu justamente por um projeto cujo objetivo é in­fluenciar a educação política dos alunos em oficinas de contraturno em escolas públicas de tempo integral.
A iniciativa, segundo ele, surge da necessidade de haver no Brasil uma melhor formação democrática, de cidadania. Isso acontece porque ainda existe no país uma ignorância política, uma falta de conhecimento. Isto é, não há medidas e valores na população que permitam a ela julgar com clareza, por exemplo, a situação atual em que se encontra.
O exemplo disso é estarmos em um novo período de manifestações poucos meses depois da última eleição, que foi a mais acirrada entre todas as do período da redemocratização. “De fato temos uma população insatisfeita com a classe política, porém, há um contraponto: essa mesma população que sai às ruas para se manifestar elege os mesmos atores políticos sempre. Isso demonstra falta de conhecimento e amadurecimento político, o que nasce, justamente, dessa falta de educação, de uma alfabetização democrática, de entender a situação em que estamos”, analisa.
Uma forma, segundo ele, para melhorar a educação do país é atingir, sobretudo — não unicamente — crianças e jovens por meio de projetos nas escolas de tempo integral, algo que é previsto no Plano Nacional de Educação (PNE) e que virou compromisso de vários dos governantes que assumiram o comando dos Estados recentemente. Esses projetos atingiriam o contraturno das aulas, que demanda conteúdo de qualidade, uma vez que o aluno vai passar em média sete horas do dia em aula e não pode ter apenas a formação regular, como história e matemática. Vai precisar também de conteúdos lúdicos, sociais, culturais, que discutam a sustentabilidade, o trânsito, energias alternativas, mobilidade urbana. Assim, por que não discutir a política, entender como funciona o sistema?
Cientista político Alexandre Gouveia: “Vivemos as dores do crescimento. Toda sociedade passa por isso e não será diferente com o Brasil” | Foto: Arquivo pessoal
Cientista político Alexandre Gouveia: “Vivemos as dores do crescimento. Toda sociedade passa por isso e não será diferente com o Brasil” | Foto: Arquivo pessoal
Iniciativas como essa, na visão de Gouveia, farão com que em pouco tempo — 15 a 20 anos — a sociedade te­nha novos eleitores e políticos. A questão: se esses novos políticos entenderem que os eleitores de sua geração serão como ele, mais críticos, mais atentos e com dados mais claros em relação à forma e ao conteúdo da política, eles terão que agir de forma diferente. “Ainda hoje, temos comportamentos políticos de pessoas que sabem que não serão punidas nas urnas, porque a população não acompanha. Então, essa ferramenta precisa vir do governo para induzir a iniciativa privada e outras categorias a formar uma nova geração para os próximos 20 ou 30 anos, o que é muito tempo para uma pessoa, mas para um país não é nada.”
O que fala o cientista político é de uma educação cidadã, de ferramentas sociais, de um manual de uso de equipamentos. É ensinar a criança e futuro eleitor como cobrar do político que ela vai escolher os resultados de quem a estará representando. E isso independe de correntes ideológicas, pois se a sociedade tiver pessoas de esquerda ou de extrema direita cobrando de sua classe política da mesma maneira, ela terá pessoas com conhecimento e isso é melhor do que não ter conhecimento algum.

Políticas de austeridade explicam o “15 de Março” 

A população está em processo de amadurecimento político, que ainda é pequeno, mas existe. Prova disso é a volta da insatisfação popular às ruas, nos moldes do que aconteceu em junho de 2013. Àquela época, muitos foram os estudiosos a analisarem os protestos como multifacetados ou, para alguns, sem bandeira alguma. Neste ano, porém, há uma bandeira central, a corrupção, e uma secundária, o impeachment da presidente Dilma.
Qual a ligação dos dois mo­men­tos? Quem aponta é o cientista político e coordenador do Pro­grama de Pós-Graduação em Ciências Políticas da Universidade Federal de Goiás (UFG), Fran­cisco Tavares. Ele diz que tem estudado, desde 2012, esse ativismo político não institucional no Brasil, isto é, as pessoas que fazem política para além das eleições e da participação em fóruns, como conselhos e orçamentos participativos para a simples influência de mecanismos informais, de geração de opinião pública sobre o Estado. Isto é, pessoas que fazem política nas ruas, que protestam de maneira mais ostensiva para além das instituições.
Segundo ele, essa situação é algo que se torna emergente não apenas no Brasil, mas também em outros países. Ele conta que em abril irá para a Espanha tentar entender o que aconteceu por lá e, em julho, seu destino é a Grécia. “Estamos em contato com pesquisadores do mundo inteiro e o que se percebe é que, a partir da crise econômica de 2008 há uma nova forma de se fazer política, algo que era muito comum nas décadas de 60 e 70 na luta pelos direitos civis e que é retomada principalmente nos países menos desenvolvidos”, diz.
Nesse sentido, Tavares relata que o Brasil se torna um dos vários capítulos de um fenômeno mundial de reativação de lutas sociais: “O que aconteceu no Brasil em 2013; na Praça Taksim, na Turquia; na Grécia; na Espanha; na Ucrânia; e na revolta dos pinguins, no Chile são novos levantes sociais que levam a política para além da institucionalidade.”
E a grande ligação entre todos esses protestos veio da seguinte questão: medidas de austeridade. Tavares conta que existem pesquisas apontando para o fato de que em todos esses protestos realizados no mundo nos últimos anos se mobilizam contra políticas de austeridade. Ou seja, políticas de cortes de gasto no Estado para garantir o funcionamento da máquina. “E isso vale para o 15 de março, porque insatisfação contra o governo sempre existiu, mas porque as pessoas estão indo para as ruas depois de duas medidas provisórias que retiram direitos previdenciários, um aumento na taxa de juros e um corte nominal de 30% no orçamento?”
Isso dá clareza ao assunto, ao mesmo tempo em que liga a questão à segunda suposta bandeira das manifestações deste domingo. Contudo, a crise de governo, embora legítima, ainda não se mostra suficiente para depor a presidente, assim como é possível afirmar que a alegada “falência” do sistema político brasileiro é mais um desejo de alguns que exatamente uma realidade.