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terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Redes sociais se aliam contra 'conteúdos terroristas'

Nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras
Divulgação
Nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras
Facebook, Microsoft, Twitter e YouTube anunciaram nesta segunda-feira (5) uma associação em escala mundial para identificar mais rapidamente "conteúdos com caráter terrorista" em suas plataformas.
As quatro empresas americanas planejam criar uma base de dados comum que inclua as "impressões digitais" de fotos e vídeos de propaganda e de recrutamento "terroristas" retirados de suas plataformas, segundo mensagem comum publicada em seus respectivos sites.
"Ao compartilhar estas informações entre nós, podemos utilizar (estas impressões digitais) para ajudar a identificar conteúdos potencialmente terroristas em nossas respectivas plataformas dirigidas ao grande público".
Mas nenhuma mensagem será retirada ou bloqueada automaticamente, e corresponderá a cada empresa avaliar se os conteúdos identificados violam suas próprias regras.
Cada uma decidirá também, de forma independente, que imagens e vídeos acrescenta à base de dados comum, que será iniciada com as imagens e vídeos "mais extremos e flagrantes" retirados de suas plataformas.
A iniciativa chega no momento em que Estados Unidos, Comissão Europeia e uma série de governos multiplicam seus apelos às redes sociais para que intensifiquem sua luta contra a propaganda jihadista on-line.

Gaga sofre de estresse pós-traumático por causa de estupro

Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
 Na última segunda-feira (5), em entrevista ao Today Show, Lady Gaga revelou o que considera seu maior segredo: um transtorno mental causado pelo estupro que sofreu aos 19 anos.
O programa mostrou um vídeo da cantora em um abrigo em Nova York para jovens LGBT, o Ali Forney Center. Lá, ela trocou experiências com os residentes, doou roupas e outros itens essenciais, fez um show e revelou que sofre de transtorno de estresse pós-traumático.
"Eu disse às crianças que sofro de uma doença mental - eu sofro de estresse pós-traumático. Eu nunca disse isso antes a ninguém, então, aqui estamos. Mas, a gentileza que os médicos me mostraram, assim como minha família e meus amigos, realmente salvou minha vida", disse a cantora. Em 2014, Gaga revelou que foi estuprada aos 19 anos, o que desencadeou o transtorno.
Na entrevista, a cantora também afirmou que espera que dividir seu trauma ajude a empoderar jovens para que eles se abram sobre seus problemas. Um dos residentes do abrigo disse a Gaga que ouviu muitas vezes o álbum Born This Way quando sua família o rejeitou por ser gay.
Depois de conversar com os jovens do abrigo individualmente, a cantora liderou um círculo de meditação. "Meditação me ajuda a me acalmar. Eu não tenho os mesmos problemas que vocês, mas eu tenho um transtorno mental e luto com ele todos os dias", disse aos residentes.

Campinas : Jonas Donizette ; Suposto plano de abrir escritório é questionado

O vereador Pedro Tourinho (PT) protocolou na Câmara de Campinas, ontem, requerimento para cobrar esclarecimentos do prefeito Jonas Donizette (PSB) sobre a suposta instalação de um escritório da administração municipal na cidade de Dongguan, na China.
"É engraçado que o prefeito fecha a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central, reduz horário de atendimentos de postos de saúde, deixa a população na mão e abre escritório na China", criticou o parlamentar.
No requerimento, ele questiona qual o projeto que será desenvolvido, quais os custos e quem vai arcar com eles e como serão escolhidos e distribuídos os funcionários. "É importante saber quais setores serão privilegiados e porquê", disse Tourinho.
O prefeito embarcou no último final de semana para o Oriente para "trocar experiências e atrair investimentos dos chineses", segundo a prefeitura, em nota. A administração comunicou que ele ficará no país entre os dias 5 e 11. Em sua página no Facebook, Jonas publicou um vídeo enquanto fazia escala na fábrica da empresa BYD (multinacional chinesa com investimentos em Campinas), em Lancaster, na Califórnia (EUA). Ele disse que a viagem é custeada pela empresa e não tem uso de verbas municipais.
"Meu objetivo é atrair mais investimentos para a nossa cidade, para que possamos criar mais ofertas de emprego e sairmos o quanto antes da crise que afeta o nosso País", escreveu ele, em resposta a um usuário que questionava os custos da visita.
A prefeitura foi questionada pela reportagem, mas não comentou sobre o suposto escritório. A BYD tem uma fábrica de ônibus elétricos em Campinas e até o final do ano deve iniciar a produção de painéis fotovoltaicos no município.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Cubanos festejam morte de Fidel pela segunda noite

A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
ANGEL VALENTIN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP






















A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
Cantando e dançando, os cubanos de Little Havana, em Miami, festejaram pela segunda noite consecutiva a morte de Fidel Castro, em frente ao emblemático Café Versalhes, que durante décadas foi o lugar de encontro dessa comunidade no exílio.
A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã, embora as ruas já tivessem sido abertas ao tráfego.
"Não me canso de comemorar, porque parece mentira. Nunca pensei que esse momento fosse chegar", comentou Delsy, que não quis dar seu sobrenome.
Um casal cantava "Guantanamera" com microfone e amplificador, enquanto outros marcavam o ritmo de "La vida es un carnaval" com panelas, e um grupo entoava "Fidel, tirano, leva o seu irmão!".
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira (25) em Havana, aos 90 anos, anunciou seu irmão Raúl, atual presidente cubano.
Quinze quarteirões mais ao leste, a boate de salsa Ball & Chain, um clássico entre os locais e parada obrigatória dos ônibus de turismo, oferecia descontos e promovia um novo coquetel: "Adeus Fidel".
O lugar estava abarrotado na noite de sábado. Repleta de bares e de restaurantes cubanos, a rua estava cheia de vida a altas horas da noite, "muito mais do que o normal", segundo a garçonete de um estabelecimento.
Em uma esquina próxima, em frente ao Parque Dominó, onde aposentados cubanos se reúnem todas as tardes para jogar, o futuro da Ilha era o principal tema de discussão.
"Agora, nós, cubanos, temos a esperança de que, sem Fidel, o comunismo dele vai cair e, se Deus quiser, poderemos voltar para o nosso país livre", comentou Vicente Abrez, de 65 anos.
A continuidade de Raúl Castro no poder não desanima os anticastristas que emigraram da ilha.
"Não acho que vai mudar muito, mas é uma luz no fim do túnel, é alguma coisa", disse Leticia Gallo, uma terapeuta de 44 anos que chegou a Miami há sete com um filho pequeno.
Rezando por Cuba
Na Ermita de la Caridad del Cobre, o santuário da padroeira de Cuba, o próprio arcebispo de Miami, Thomas Wenski, celebrou uma missa atipicamente cheia.
"Fidel Castro morreu. Agora lhe caberá o julgamento de Deus, que é misericordioso e também justo", disse o prelado.
"Que Santa Maria da Caridade escute o povo e adiante para Cuba a hora da reconciliação", acrescentou.
Os artistas cubanos também levantaram sua voz. O produtor musical Emilio Estefan, marido da estrela da salsa Gloria Estefan, exclamou: "Por Cuba, um novo amanhecer com um novo sol cheio de esperança".
O músico Willy Chirino participou da festa de Miami no sábado, e os músicos Arturo Sandoval, Paquito D'Rivera e Jon Secada cumprimentaram os exilados cubanos.
Castro "separou nosso povo e fez que nos odiássemos mutuamente", disse Sandoval.
Os políticos também deram seu apoio às comemorações do exilados.
O prefeito de Miami, Tomás Regalado, visitou a manifestação durante a tarde de sábado e justificou o fato de seus compatriotas mostrarem tanta alegria com uma morte.
"Nós, cubanos, temos o direito de comemorar esse dia", disse aos jornalistas, pedindo à comunidade latino-americana "que não critique os cubanos por comemorarem e que entendam o que isso significa".
Em um comunicado, o governador da Flórida, Rick Scott, disse que se unia "aos cubano-americanos de todo o país que estão incrivelmente esperançosos com o futuro de Cuba".
O senador pela Flórida Marco Rubio e Ileana Ros-Lehtinen, representante dos congressistas de origem cubana, conhecidos pelo seu anticastrismo implacável, compartilharam esta visão.
Depois de chamar Fidel de "ditador do mal, assassino" no sábado, Rubio disse hoje à rede CNN que é "patético" que o presidente Barack Obama não tenha mencionado as "milhares e milhares de pessoas que sofreram brutalmente no regime, ou que morreram tentando escapar dele".
Em sua página na Internet, a congressista Ileana Ros-Lehtinen, que representa a área do sul da Flórida onde muitos cubanos exilados vivem, celebrou a morte de Fidel.
"Um tirano está morto e um novo começo pode surgir no último bastião comunista remanescente do Hemisfério Ocidental", publicou.
Segundo o Pew Research Center, há dois milhões de cubanos nos Estados Unidos. Desse total, 68% vivem na Flórida, sendo a maioria em Miami.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos

Tanque israelense próximo à fronteira da Faixa de Gaza (foto: Epa)Image copyrightEPA
Image captionUm mês após o início da guerra na Faixa de Gaza, israelenses e palestinos vivem período de trégua
Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparados foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado na manhã desta sexta-feira.
O Exército israelense classificou os ataques como "inaceitáveis, intoleráveis e míopes". O grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado a extensão do cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.
O atual conflito na Faixa de Gaza já dura um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU, cerca de 373 mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil pessoas foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável.
Mas para compreender o conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números.
A BBC responde a dez perguntas básicas para entender por que esse antigo conflito entre israelenses e palestinos é tão complexo e polarizado.

1. Como o conflito começou?

Image copyrightAP
O movimento sionista, que procurava criar um Estado para os judeus, ganhou força no início do século 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa.
A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos, judeus e católicos, pertencia ao Império Otomano naquele tempo e era ocupada, principalmente, por muçulmanos e outras comunidades árabes. Mas uma forte imigração judaica, alimentada por aspirações sionistas, começou a gerar resistência entre as comunidades locais.
Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina.
Mas, antes e durante a guerra, os britânicos fizeram várias promessas para os árabes e os judeus que não se cumpririam, entre outras razões, porque eles já tinham dividido o Oriente Médio com a França. Isso provocou um clima de tensão entre árabes e nacionalistas sionistas que acabou em confrontos entre grupos paramilitares judeus e árabes.
Após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento de um Estado judeu. O plano original previa a partilha do território controlado pelos britânicos entre judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar questão regional. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiram o território. Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe foi reduzido pela metade.
Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
Mas 1948 não seria o último ano de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre Israel, França e Grã-Bretanha.
Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias. Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiram.
Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur colocou Egito e Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967.
Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel, que desocupou a Península do Sinai. A Jordânia chegaria a um acordo de paz em 1994.

2. Por que Israel foi fundado no Oriente Médio?

A religião judaica diz que a área em que Israel foi fundado é a terra prometida por Deus ao primeiro patriarca, Abraão, e seus descendentes.
A região foi invadida pelos antigos assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Roma foi o império que nomeou a região como Palestina e, sete décadas depois de Cristo, expulsou os judeus de suas terras depois de lutar contra os movimentos nacionalistas que buscavam independência.
Com o surgimento do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois conquistada pelas cruzadas europeias. Em 1516, estabeleceu-se o domínio turco, que durou até a Primeira Guerra Mundial, quando o mandato britânico foi imposto.
A Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina disse em seu relatório à Assembleia Geral em 3 de setembro de 1947 que as razões para estabelecer um Estado judeu no Oriente Médio eram baseados em "argumentos com base em fontes bíblicas e históricas", na Declaração de Balfour de 1917 - em que o governo britânico se pôs favorável a um "lar nacional" para os judeus na Palestina - e no mandato britânico na Palestina.
Reconheceu-se a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a constituição de um Estado judeu na região.
Após o Holocausto nazista contra milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado judeu.
Sem conseguir resolver a polarização entre o nacionalismo árabe e o sionismo, o governo britânico levou a questão à ONU.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral aprovou um plano de partilha da Palestina, que recomendou a criação de um Estado árabe independente e um Estado judeu e um regime especial para Jerusalém.
O plano foi aceito pelos israelenses mas não pelos árabes, que o viam como uma perda de seu território. Por isso, nunca foi implementado.
Um dia antes do fim do mandato britânico da Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica para Israel, representante dos judeus durante o mandato, declarou a independência do Estado de Israel.
No dia seguinte, Israel solicitou a adesão à ONU, condição que alcançou um ano depois. Hoje, 83% dos membros da ONU reconhecem Israel (160 de 192).

3. Por que há dois territórios palestinos?

Relatório da Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina à Assembleia Geral, em 1947, recomendou que o Estado árabe incluiria a área oeste da região da Galileia, a região montanhosa de Samaria e Judeia com a exclusão da cidade de Jerusalém e a planície costeira de Isdud até a fronteira com o Egito.
Mas a divisão do território foi definida pela linha de armistício de 1949, estabelecida após a primeira guerra árabe-israelense.
Os dois territórios palestinos são a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. A distância entre eles é de cerca de 45 km de distância. A área é de 5.970 km2 e 365 km2, respectivamente.
Originalmente ocupada por Israel, que ainda mantém o controle de sua fronteira, Gaza foi ocupada pelo Exército israelense na guerra de 1967 e foi desocupada apenas em 2005. O país, no entanto, mantém um bloqueio por ar, mar e terra que restringe a circulação de mercadorias, serviços e pessoas.
Gaza é atualmente controlada pelo Hamas, o principal grupo islâmico palestino que nunca reconheceu os acordos assinados entre Israel e outras facções palestinas.
A Cisjordânia é governada pela Autoridade Nacional Palestina, governo palestino reconhecido internacionalmente, cujo principal grupo, o Fatah, é laico.

4. Israelenses e palestinos nunca se aproximaram da paz?

Após a criação do Estado de Israel e o deslocamento de milhares de pessoas que perderam suas casas, o movimento nacionalista palestino começou a se reagrupar na Cisjordânia e em Gaza, controlados pela Jordânia e Egito, respectivamente, e nos campos de refugiados criados em outros países árabes.
Pouco antes da guerra de 1967, organizações palestinas como o Fatah, liderado por Yasser Arafat, formaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e lançaram operações contra Israel, primeiro a partir da Jordânia e, depois, do Líbano. Os ataques também incluíram alvos israelenses em solo europeu.
Em 1987, teve-se início o primeiro levante palestino contra a ocupação israelense. A violência se arrastou por anos e deixou centenas de mortos. Um dos efeitos da intifada foi a assinatura, entre a OLP e Israel em 1993, dos acordos de paz de Oslo, nos quais a organização palestina renunciou à "violência e ao terrorismo" e reconheceu o "direito" de Israel "de existir em paz e segurança", um reconhecimento que o Hamas nunca aceitou.
Após os acordos assinados em Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que representa os palestinos nos fóruns internacionais. O presidente é eleito por voto direto. Ele, por sua vez, escolhe um primeiro-ministro e os membros de seu gabinete. Suas autoridades civis e de segurança controlam áreas urbanas (zona A, segundo Oslo). Somente representantes civis - e não militares - governam áreas rurais (área B).
Jerusalém Oriental, considerada a capital histórica de palestinos, não está incluída neste acordo e é uma das questões mais polêmicas entre as partes.
Mas, em 2000, a violência voltou a se intensificar na região, e teve início a segunda intifada palestina. Desde então, israelenses e palestinos vivem num estado de tensão e conflito permanentes.

5. Quais são os principais pontos de conflito?

Bill Clinton (à esq.) e Yasser Arafat (à. dir) Foto: APImage copyrightAP
A demora na criação de um Estado palestino independente, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a barreira construída por Israel - condenada pelo Tribunal Internacional de Haia - complicam o andamento de um processo paz.
Mas estes não são os únicos obstáculos, como ficou claro no fracasso das últimas negociações de paz sérias, em Camp David, nos Estados Unidos, em 2000, quando o então presidente Bill Clinton não conseguiu chegar a um acordo entre Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.
As diferenças que parecem irreconciliáveis são:
Jerusalém: Israel reivindica soberania sobre a cidade inteira (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) e afirma que a cidade é sua capital “eterna e indivisivel”, após ocupar Jerusalém Oriental em 1967. A reivindicação não é reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital.
Fronteiras: os palestinos exigem que seu futuro Estado seja delimitado pelas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias, o que incluiria Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita.
Assentamentos: ilegais sob a lei internacional, construídos pelo governo israelense nos territórios ocupados após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental há mais de meio milhão de colonos judeus.
Refugiados palestinos: os palestinos dizem que os refugiados (10,6 milhões, de acordo com a OLP, dos quais cerca de metade são registrados na ONU) têm o direito de voltar ao que é hoje Israel. Mas, para Israel, permitir o retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.

6. A Palestina é um país?

A ONU reconheceu a Palestina como um "Estado observador não membro" no final de 2012, deixando de ser apenas uma "entidade” observadora.
A mudança permitiu aos palestinos participar de debates da Assembleia Geral e melhorar as chances de filiação a agências da ONU e outros organismos.
Mas o voto não criou um Estado palestino. Um ano antes, os palestinos tentaram, mas não conseguiram, apoio suficiente no Conselho de Segurança.
Quase 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (134 de 192) reconhecem a Palestina como um Estado.

7. Por que os EUA são o principal parceiro de Israel? Quem apoia os palestinos?

A existência de um importante e poderoso lobby pró-Israel nos Estados Unidos e o fato da opinião pública ser frequentemente favorável a Israel faz ser praticamente impossível a um presidente americano retirar apoio a Israel.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC no ano passado em 22 países, os EUA foram o único país ocidental com opinião favorável a Israel, e o único país na pesquisa com uma maioria de avaliações positivas (51%).
Além disso, ambos os países são aliados militares: Israel é um dos maiores receptores de ajuda americana, grande parte destinada a subsídios para a compra de armas.
Palestinos não têm apoio aberto de nenhuma potência.
Na região, o Egito deixou de apoiar o Hamas, após a deposição pelo Exército do presidente islamita Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana - historicamente associada ao Hamas. Hoje em dia o Catar é o principal país que apoia o Hamas.

8. Por que estão se enfrentando agora?

Após o colapso das negociações de paz patrocinadas pelos Estados Unidos e o anúncio, no início de junho, de um governo de união nacional entre as facções palestinas Fatah e Hamas, considerado inaceitável por Israel, iniciou-se uma nova onda de violência.
No dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados na Cisjordânia e, dias depois, encontrados mortos. Israel culpou o Hamas e prendeu centenas de membros do grupo.
Israel reconheceu posteriormente que não poderia garantir se os responsáveis teriam sido o Hamas ou um grupo independente.
Após as prisões, o Hamas disparou foguetes contra território israelense. Israel lançou ataques aéreos em Gaza.
Em 2 de julho, um dia após o funeral dos jovens israelenses, um palestino de 16 anos foi sequestrado em Jerusalém Oriental e assassinado. Três israelenses foram acusados de queimá-lo vivo e, em Gaza, houve um aumento do disparo de foguetes contra Israel.
No dia 8 de julho, o Exército de Israel lançou uma operação contra militantes do Hamas na Faixa de Gaza.

9. Como israelenses e palestinos justificam a violência?

A decisão de iniciar uma incursão terrestre em Gaza tem, segundo Israel, um objetivo: desarmar os militantes palestinos e destruir os túneis construídos pelo Hamas e outros grupos a fim de se infiltrar em Israel para realizar ataques.
Israel quer o fim do lançamento de foguetes do Hamas contra território israelense. A maioria dos foguetes não tem nenhum impacto, já que o país conta com um sistema antimísseis avançado, o Domo de Ferro.
Israel diz ter o direito de defender-se e acusa o Hamas de usar escudos humanos e realizar ataques a partir de áreas civis em Gaza. O grupo palestino nega.
O Hamas diz que lança foguetes contra Israel em legítima defesa, em retaliação à morte de partidários do grupo por Israel e dentro de seu direito de resistir à ocupação e ao bloqueio.

10. O que falta para que haja uma oportunidade de paz duradoura?

Tropas israelenses (foto: AP)Image copyrightAP
Israelenses teriam de aceitar a criação de um Estado soberano para os palestinos, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e o término das restrições à circulação de pessoas e mercadorias nas tres áreas que formariam o Estado palestino: Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Além disso, eles teriam que chegar a acordos razoáveis sobre fronteiras, assentamentos e o retorno de refugiados.
No entanto, desde 1948, ano da criação do Estado de Israel, muitas coisas mudaram, especialmente a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.
Para Israel, estes são fatos consumados, mas os palestinos insistem que as fronteiras a serem negociadas devem ser aquelas existentes antes da guerra de 1967.
Além disso, enquanto no campo militar as coisas estão cada vez mais incontroláveis na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas.
Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para palestinos e israelenses.
Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza, reinvindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado em 1967.
Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Câmara de Campinas aprova "aplauso" ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump


A Câmara de Campinas que ganhou repercussão nacional por moções e projetos polêmicos, aprovou na sessão desta quarta-feira (16) um requerimento de aplauso ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O requerimento do vereador Paulo Galtério (PSB) foi aprovado praticamente sem discussão, com ampla maioria e apenas quatro votos contrários. Apenas Paulo Bufalo (Psol) usou a tribuna para discursar contra a proposta, que considerou "lamentável a iniciativa de aplaudir um cidadão eleito com posições machistas, xenofóbicas (antipatia pelo estrangeiro), com posições que aparta a sociedade".
Após a confirmação da vitória do republicano Donald Trump, no último dia 09, bolsas do mundo todo registraram fortes quedas nas ações. A ascensão de Trump é vista com desconfiança pelos mercados e é temida por líderes internacionais, isso porque durante a campanha ele afirmou que irá deportar latinos, aumentar o protecionismo nacional, construir um muro para separar o México dos Estados Unidos, entre outras pautas conservadoras.
Em abril, oito dias após o deputado Jair Bolsonaro (PSC) apoiar a votação do impeachment e invocar a “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, os parlamentares aprovaram uma moção de repúdio a essa reverência.
O deputado protestou contra o posicionamento e chamou os vereadores de “otários” em entrevistas à imprensa. Em contra-ataque, a Câmara declarou Bolsonaro persona non grata em Campinas, sua cidade natal.
O parlamentar Jota Silva (PSB) tentou emplacar em novembro de 2015 um projeto para instalar um letreiro, semelhante ao de Hollywood, com os dizeres “Campinas, terra de Carlos Gomes”, a medida não avançou.
Já em outubro, Campos Filhos (DEM), propôs uma moção - que foi aprovada e encaminhada ao Ministério da Educação - para anular uma questão do Enem daquele ano que citava a filósofa feminista, Simone de Beauvoir. "É uma iniciativa (do governo federal) demoníaca. Porque eles estão querendo empurrar (o conceito) goela abaixo das pessoas quando se coloca uma situação dessas na prova do Enem", disse à época.
Em agosto de 2015, novamente Jota Silva (PSB) propôs um projeto de lei para celebrar o “Dia do Gol da Alemanha”, o objetivo era comemorar oficialmente no calendário da cidade a data que marcou o maior massacre do futebol brasileiro, quando o técnico Felipão e seus comandados levaram uma surra de 7 a 1 dos germânicos, no Mineirão, na Copa de 2014.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Backpacking // Angel island.

I haven’t gotten outside as much as I’d like to since moving back to San Francisco. California offers a host of hiking and backpacking options, but I’ve remained primarily indoors over the last couple of months. Partly, this is due to finances and the weather, but also, I was scared. I hadn’t climbed so much as a steep hill in months. I was afraid to challenge myself and fail at it.
I admit that, when it comes to the outdoors, I am more Henry David Thoreau than Sir Edmund Hilary. I am not competitive or fast, I am an ambler, a wanderer who aims to meander through nature, experience it wholly, then attempt to recapture it in words. I want to write the whole world into a notebook I can re-read and experience every thistle, pine cone, ocean wave and grain of sand over and over again. But, in order to accomplish this, there must first be the challenge.
I signed up for a Trail Mavens trip on Angel Island. I have been on Trail Mavens trips previously (this was actually my fourth), so there was a level of perceived comfort that cushioned the fear of the unknown. I had also never been to Angel Island, but it was on my Bay Area Bucket List, and I knew we’d have to backpack in — so I was excited at the chance to utilize my (highly underutilized, of late) backpacking gear.
We went through the proper packing protocol, distributed group gear, then left on the ferry from Tiburon to Angel Island. Upon arrival, we hiked approximately 2 miles in to the campsite — a fairly developed site that provided us with privacy, potable water and trash cans. We had a fabulous view of the entire East Bay and the Bay Bridge. Sail boats dotted the water, dipping and swerving with determination as they faced the aggressive ocean breezes. They tipped so far over, almost touching the water’s edge, but never sinking. Perhaps, in my next life, I could be a sail boat.
We also almost immediately spotted a hummingbird. I love hummingbirds and see them so rarely in California, in stark contrast to Texas, and even Mexico, where they continually dot the sky — I perceive them as a definite sign of good luck.
During the day, we hiked to the summit of Mt. Livermore (with day packs, no heavy gear) and watched the fog roll in to entirely obscure our vision, but not our ascent. We sat in silence and quiet meditation — together, each listening to the breeze and our own breath.
At night, we cooked a Mexican-themed backpacker bowl (rehydrated beans, rice, avocado, bell pepper and cheese) on two camp stoves. Sidenote: I love Trail Mavens’ commitment to excellent backpacking meals and the prioritization of always bringing booze.
Since Angel Island prohibits campfires and burning, we participated in a vigorous session of jumping jacks before stripping down to one layer and zipping ourselves in for the night. I made it through six pages of White for Witching before my eyes began to close on their own. I always enjoy sleeping outside, with the notable exception of increased urination due to staying properly hydrated.
The second day brought intermittent rain, sideways swiping our faces as we hiked away from camp. But, I really enjoyed exploring the abandoned (see also: potentially haunted) buildings. The juxtaposition of backpack-toting women set against the backdrop of a distant city and the more proximal addition of both wild flora and deserted buildings gave me a very dystopian vibe — shades of Station Eleven.
We rode the ferry and walked back through Tiburon in the same sideswiping rain. Suffice to say, I was very glad to change into warm, dry sweatpants and go to bed early. However, this experience provided me with a bit of a reset, a reminder of where I want my priorities to be, and encouragement to seek out my own adventures.

book talk // margaret the first.



I’d heard about Margaret the First by Danielle Dutton on Book Riot’s podcast; then, my local bookstore had the (strikingly beautiful!) cover art on prominent display.
And yet, I knew nothing of Margaret Cavendish when I picked up this book. Nor did I have any expectations regarding Dutton’s writing style or really the genre of the book itself.
The novel is a merging of literary and historical fiction that unravels the tale of 17th-century Duchess, Margaret Cavendish. She was a feminist before the word possessed any meaning. She was the first (and only, I believe) woman to be invited to the Royal Society of London. She dressed with ostentation that outshone anyone else of the time — 8 foot trains, topless ballgowns, small patches on her face shaped like moons and stars. She was whimsical and thoughtful and learned, despite never attending a university. She published eccentric novels and plays — works of philosophy, penning the first science fiction / fantasy novel written by a woman and a score of feminist plays. She wrote in a time when women did not have careers.
Dutton provides us with a portrait of Margaret’s rise — from shy child to bold . Of course, Margaret is both insulated and constrained by her rank. She forms connections that would elude any layperson, yet she must abide by the strict customs of her class — lest gossip destroy her. And it almost does, several times.
Dutton also illuminates the Duke and Duchess’ flaws. They are real people who fought and disagreed, but who also never halted in their support of one another — even with Margaret couldn’t get pregnant, even when her husband is exiled during Cromwell’s Puritan regime. Their devotion and kindness to each other seems to transcend their time period — it was an unconventional, much like everything Margaret did.
Dutton’s novel, though short, was an all-engrossing read. The language is vivid and poetic. The pacing, perfection. Her short, staccato paragraphs left me more satisfied than any long-winded description. There is none of the tedium sometimes associated with historical fiction, but a sense of place is still sufficiently maintained throughout.
The beginning of the book provides us with insight into how Margaret views herself — “Queen of the Tree-People.” Then, a shift occurs, she becomes an object of speculation, a celebrity of sorts, and we begin to observe how she is viewed from the outside.
She climbs the wooden staircase, takes her place in the box. And like ripples in a summer pond, lines of faces slowly turn—from the gallery, the pit—she watches the ripple spread. 
The Duchess of Newcastle becomes a tabloid celebrity, when such a thing was still being invented, and it seems to have been invented entirely for her.
The question that gnawed at me from beginning to end was Margaret’s pseudo-obsession with fame. I suppose I never really considered fame as an important construct in 17-century England, but of course it was. So, was she a modern woman, a feminist fighting to champion her sex — or was she simply attempting to garner a reputation that would outlive her?
Margaret the First is intimate and glorious and tantalizing and I want to read and re-read it several times over. I also think I may have to embark on further investigation of Margaret Cavendish.
Overall Rating: 4/5
Recommended For: anyone who has struggled with finding their place in the world, lovers of poetic prose and literary fiction