Seis vezes campeão brasileiro, duas vezes campeão intercontinental e campeão mundial de clubes em 2005, o São Paulo hoje é um verdadeiro gigante do #Futebol mundial. Pelo Morumbi já passaram nomes lendários do futebol brasileiro como Leônidas da Silva, Bellini, Oscar, Dario Pereyra, Gérson, Pita, Zizinho, Toninho Cerezo, Friedenreich, Canhoteiro, Muller e, é claro, Rogério Ceni. Mas nem sempre os dias do 'Tricolor Paulista' foram cheios de glórias. No início de 1938, a coisa andava bem feia nos cofres do clube. Uma crise financeira violenta estava prestes a levar o clube à falência (que seria a terceira na história do clube). Para amenizar o caos monetário, o clube do Morumbi organizou um festival chamado Taça Mundell Junior. A fórmula era de quadrangular, onde Corinthians, #Palmeiras, Portuguesa e São Paulo se enfrentariam no estádio Parque Antárctica.
Assim, em 3 de julho de 1938, foi realizado o torneio. Toda a renda do festival seria revertida para os cofres do São Paulo Futebol Clube, para amenizar os efeitos da crise. Há quem diga que, além da bilheteria e eventuais doações para o 'Tricolor', havia barris espalhados pelas arquibancadas para que os torcedores que comparecessem pudessem doar esmolas para ajudar o São Paulo. Por isso surgiu o nome "Jogo das Barricas". Em campo, o #Corinthians atropelou os três rivais e ficou com a taça. Um empate sem gols com o Palestra (Palmeiras), e vitória por número de escanteios e, na final triunfo sobre a Portuguesa por 2 a 1. O dono da festa foi eliminado no primeiro jogo ante a Lusa com derrota por 3 a 0.
Apesar de muitos torcedores (especialmente os são-paulinos) declararem que este festival nunca existiu, há diversas fontes na imprensa da época que comprovam a veracidade do "Jogo das Barricas". O jornal "Folha da Manhã", na edição de 1 de julho de 1938 trazia uma reportagem sobre o evento. Um dos trechos da reportagem dizia: “A finalidade do festival – O torneio do próximo domingo do Parque Antarctica deve merecer de todos os bons esportistas de S. Paulo o seu incondicional apoio, visto a sua renda destinar-se a um fim nobilitante, como seja o de prestar auxilio moral e financeiro a um clube, legítimo representante do futebol bandeirante, como é o São Paulo que, lutando com as difficuldades proprias do momento, vem atravessando uma crise (…)“.
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O próprio presidente atual do Palmeiras, Paulo Nobre, citou o episódio em meio à polêmica com o ex-presidente tricolor, Carlos Miguel Aidar. Confira um trecho da nota oficial publicada no site do Palmeiras em abril de 2014: "As afirmações em relação ao Palmeiras de que o SPFC "desperta ciúmes dos coirmãos" ratificam a conhecida e repetida conduta de suas diretorias em relação aos demais clubes. Esquece o infeliz dirigente que, no passado, para não fechar as portas, seu time já foi ajudado financeiramente por várias torcidas, inclusive a nossa".
O "Jogo das Barricas" realmente existiu. Não é invenção, não é lenda. Não há vergonha nenhuma para os são-paulinos admitirem que seus rivais os ajudaram em algum momento difícil de sua história. Maior vergonha é mentir e negar a existência deste episódio histórico, cujas provas de sua veracidade estão fartamente disponíveis