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domingo, 27 de novembro de 2016

30 INFORMAÇÕES E CURIOSIDADES SOBRE A ÍNDIA

india

A Índia foi colônia britânica até 1 947, quando obteve a independência sob a liderança de Mahatma Gandhi. Na época, a região foi dividida entre a República da Índia e República Islâmica do Paquistão.
Índia e Paquistão são rivais desde a época da independência, na década de 1 940. Ambos já chegaram a travar quatro guerras pela região fronteiriça da Caxemira.
A Índia possui 1,2 bilhão de habitantes, o que faz dela o segundo país mais populoso do mundo, atrás apenas da China (dados de 2 015).
As cidades indianas mais populosas são: Mumbai (antiga Bombaim), Déli, Calcutá, Bangalore e Chennai. Mumbai possui 12,4 milhões de habitantes (dados de 2 015).
O território indiano é dividido em 28 estados e 7 territórios federais, sendo Uttar Pradesh o estado mais populoso, com 186 755 000 habitantes (dados de 2 015).
A capital da Índia é Nova Déli, uma cidade com status de distrito federal.
A Constituição indiana reconhece 744 tribos distintas no país. As línguas e dialetos somam mais de 400.
O hinduísmo é a religião mais popular do país, seguido por 81,5% dos indianos. A segunda religião com maior número de adeptos é o islamismo, com 12,2%.
A religião hindu divide os homens em quatro castas: brâmanes, xátrias, vaixás e sudras. Fora do sistema de casta, ficam os “intocáveis”, são mais conhecidos como dalits.
O hinduísmo possui cerca de 3,5 mil anos de história e surgiu com os primeiros textos sagrados, os Vedas. Muitos pesquisadores, no entanto, acreditam que as sua origens seja ainda mais antigas, remontando à pré-história.
Os hindus cultuam um grande número de divindades, mas as principais são Brahma (o princípio criador), Vishnu (deus do Sol) e Shiva (deus das tempestades).
O maior festival religioso do mundo é o Kumbh Mela, que reúne nada menos que 100 milhões de pessoas. O Kumbh Mela tem origem na mitologia hindu e acontece a cada 12 anos na cidade indiana de Sangam.
Uma das religiões típicas da Índia é o jainismo. Os seus seguidores representam uma minoria no oceano de crenças indiano: “apenas” 24 milhões de pessoas. Os jainistas consideram ser a sua religião mais antiga do que o hinduísmo, o que não é verdade. O que se sabe é que o jainismo foi fundando por volta do século V a. C. por Mahavira.
O sikhismo é uma religião fundada no estado indiano de Jaipur por Baba Nanak. Reúne elementos do islamismo e do hinduísmo. Os homens sikhs são conhecido por cultivarem barbas longas e usarem turbantes.
As línguas oficiais são o hindi e outros 18 idiomas. A porcentagem de indianos que falam inglês é bastante considerável.
A Índia é a décima maior economia do mundo e faz parte do grupo de países em desenvolvimento chamado BRICs – iniciais de Brasil, Rússia, Índia e China.
A montanha mais alta do país é o monte Kangchenjunga, uma montanha com 8 586 metros de altitude localizada na cordilheira do Himalaia, na fronteira com o Nepal.
O único país onde o Big Mac, o principal sanduíche da cadeia de fast food McDonald´s, é diferente é a Índia. Lá, é servida uma variação feita com frango. A maioria esmagadora da população indiana não come carne bovina, visto que a vaca é considerada um animal sagrado no hinduismo.
Tradicionalmente, os indianos costumam comer usando a mão direita… e sem nenhum talher. Em muitos países orientais, a mão esquerda, que é usada para propósitos higiênicos, é considerada impura.
Devido ao dote que a família da noiva tem que dar a família do noivo – e muitas famílias não tem condições – as indianas preferem abortar as meninas, ou até mesmo matá-las assim que nascem. A Índia é, ao lado da China, um dos países com os maiores índices de aborto de meninas. A população masculina, por outro lado, não para de crescer.
O livro Kama Sutra costuma ser lido por nós, ocidentais, como um manual de posições de sexo. Na verdade, a obra original, escrita há cerca de 16 séculos, aborda diversos assuntos, como religião e filosofia.
Em Madras e Bombaim, são feitos mais filmes do que em Hollywood. A produtiva indústria cinematográfica indiana é conhecida no mundo todo como “Bollywood” (junção de Bombaim com Hollywood). Lembrete: Bombaim é chamada atualmente de Mumbai.
Acredite se quiser, mas Bollywood chega a vender cerca de 3 bilhões de ingressos de cinema por ano.
Quando uma pessoa morre, o corpo é cremado e suas cinzas jogadas no rio Ganges, que é considerado sagrado pelos hindus.
A Índia é a maior produtora de softwares do mundo .
A Índia é a quarta maior potência militar do planeta, com 1,3 milhão de pessoas prontas para a guerra. O governo gasta cerca de 38 bilhões de dólares com defesa.
Um dos países que mais enviam trabalhadores para o exterior é a Índia. Milhares de indianos trabalham na construção dos arranha-céus de Dubai, por exemplo. Existe uma grande proporção de indianos em Singapura, Reino Unido, Canadá, Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos e África do Sul.
A maior democracia do mundo é a Índia. A cada eleição, cerca de 815 milhões de pessoas vão para as urnas.
A previsão é de que, em 2 050, a Índia seja o país mais populoso da Terra, com cerca de 1,6 bilhão de pessoas.
Fontes: Wikipédia, Embaixada da Índia no Brasil, InfoEscola, BBC Brasil, Exame, UOL.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos

Tanque israelense próximo à fronteira da Faixa de Gaza (foto: Epa)Image copyrightEPA
Image captionUm mês após o início da guerra na Faixa de Gaza, israelenses e palestinos vivem período de trégua
Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparados foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado na manhã desta sexta-feira.
O Exército israelense classificou os ataques como "inaceitáveis, intoleráveis e míopes". O grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado a extensão do cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.
O atual conflito na Faixa de Gaza já dura um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU, cerca de 373 mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil pessoas foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável.
Mas para compreender o conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números.
A BBC responde a dez perguntas básicas para entender por que esse antigo conflito entre israelenses e palestinos é tão complexo e polarizado.

1. Como o conflito começou?

Image copyrightAP
O movimento sionista, que procurava criar um Estado para os judeus, ganhou força no início do século 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa.
A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos, judeus e católicos, pertencia ao Império Otomano naquele tempo e era ocupada, principalmente, por muçulmanos e outras comunidades árabes. Mas uma forte imigração judaica, alimentada por aspirações sionistas, começou a gerar resistência entre as comunidades locais.
Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina.
Mas, antes e durante a guerra, os britânicos fizeram várias promessas para os árabes e os judeus que não se cumpririam, entre outras razões, porque eles já tinham dividido o Oriente Médio com a França. Isso provocou um clima de tensão entre árabes e nacionalistas sionistas que acabou em confrontos entre grupos paramilitares judeus e árabes.
Após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento de um Estado judeu. O plano original previa a partilha do território controlado pelos britânicos entre judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar questão regional. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiram o território. Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe foi reduzido pela metade.
Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
Mas 1948 não seria o último ano de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre Israel, França e Grã-Bretanha.
Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias. Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiram.
Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur colocou Egito e Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967.
Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel, que desocupou a Península do Sinai. A Jordânia chegaria a um acordo de paz em 1994.

2. Por que Israel foi fundado no Oriente Médio?

A religião judaica diz que a área em que Israel foi fundado é a terra prometida por Deus ao primeiro patriarca, Abraão, e seus descendentes.
A região foi invadida pelos antigos assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Roma foi o império que nomeou a região como Palestina e, sete décadas depois de Cristo, expulsou os judeus de suas terras depois de lutar contra os movimentos nacionalistas que buscavam independência.
Com o surgimento do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois conquistada pelas cruzadas europeias. Em 1516, estabeleceu-se o domínio turco, que durou até a Primeira Guerra Mundial, quando o mandato britânico foi imposto.
A Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina disse em seu relatório à Assembleia Geral em 3 de setembro de 1947 que as razões para estabelecer um Estado judeu no Oriente Médio eram baseados em "argumentos com base em fontes bíblicas e históricas", na Declaração de Balfour de 1917 - em que o governo britânico se pôs favorável a um "lar nacional" para os judeus na Palestina - e no mandato britânico na Palestina.
Reconheceu-se a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a constituição de um Estado judeu na região.
Após o Holocausto nazista contra milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado judeu.
Sem conseguir resolver a polarização entre o nacionalismo árabe e o sionismo, o governo britânico levou a questão à ONU.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral aprovou um plano de partilha da Palestina, que recomendou a criação de um Estado árabe independente e um Estado judeu e um regime especial para Jerusalém.
O plano foi aceito pelos israelenses mas não pelos árabes, que o viam como uma perda de seu território. Por isso, nunca foi implementado.
Um dia antes do fim do mandato britânico da Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica para Israel, representante dos judeus durante o mandato, declarou a independência do Estado de Israel.
No dia seguinte, Israel solicitou a adesão à ONU, condição que alcançou um ano depois. Hoje, 83% dos membros da ONU reconhecem Israel (160 de 192).

3. Por que há dois territórios palestinos?

Relatório da Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina à Assembleia Geral, em 1947, recomendou que o Estado árabe incluiria a área oeste da região da Galileia, a região montanhosa de Samaria e Judeia com a exclusão da cidade de Jerusalém e a planície costeira de Isdud até a fronteira com o Egito.
Mas a divisão do território foi definida pela linha de armistício de 1949, estabelecida após a primeira guerra árabe-israelense.
Os dois territórios palestinos são a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. A distância entre eles é de cerca de 45 km de distância. A área é de 5.970 km2 e 365 km2, respectivamente.
Originalmente ocupada por Israel, que ainda mantém o controle de sua fronteira, Gaza foi ocupada pelo Exército israelense na guerra de 1967 e foi desocupada apenas em 2005. O país, no entanto, mantém um bloqueio por ar, mar e terra que restringe a circulação de mercadorias, serviços e pessoas.
Gaza é atualmente controlada pelo Hamas, o principal grupo islâmico palestino que nunca reconheceu os acordos assinados entre Israel e outras facções palestinas.
A Cisjordânia é governada pela Autoridade Nacional Palestina, governo palestino reconhecido internacionalmente, cujo principal grupo, o Fatah, é laico.

4. Israelenses e palestinos nunca se aproximaram da paz?

Após a criação do Estado de Israel e o deslocamento de milhares de pessoas que perderam suas casas, o movimento nacionalista palestino começou a se reagrupar na Cisjordânia e em Gaza, controlados pela Jordânia e Egito, respectivamente, e nos campos de refugiados criados em outros países árabes.
Pouco antes da guerra de 1967, organizações palestinas como o Fatah, liderado por Yasser Arafat, formaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e lançaram operações contra Israel, primeiro a partir da Jordânia e, depois, do Líbano. Os ataques também incluíram alvos israelenses em solo europeu.
Em 1987, teve-se início o primeiro levante palestino contra a ocupação israelense. A violência se arrastou por anos e deixou centenas de mortos. Um dos efeitos da intifada foi a assinatura, entre a OLP e Israel em 1993, dos acordos de paz de Oslo, nos quais a organização palestina renunciou à "violência e ao terrorismo" e reconheceu o "direito" de Israel "de existir em paz e segurança", um reconhecimento que o Hamas nunca aceitou.
Após os acordos assinados em Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que representa os palestinos nos fóruns internacionais. O presidente é eleito por voto direto. Ele, por sua vez, escolhe um primeiro-ministro e os membros de seu gabinete. Suas autoridades civis e de segurança controlam áreas urbanas (zona A, segundo Oslo). Somente representantes civis - e não militares - governam áreas rurais (área B).
Jerusalém Oriental, considerada a capital histórica de palestinos, não está incluída neste acordo e é uma das questões mais polêmicas entre as partes.
Mas, em 2000, a violência voltou a se intensificar na região, e teve início a segunda intifada palestina. Desde então, israelenses e palestinos vivem num estado de tensão e conflito permanentes.

5. Quais são os principais pontos de conflito?

Bill Clinton (à esq.) e Yasser Arafat (à. dir) Foto: APImage copyrightAP
A demora na criação de um Estado palestino independente, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a barreira construída por Israel - condenada pelo Tribunal Internacional de Haia - complicam o andamento de um processo paz.
Mas estes não são os únicos obstáculos, como ficou claro no fracasso das últimas negociações de paz sérias, em Camp David, nos Estados Unidos, em 2000, quando o então presidente Bill Clinton não conseguiu chegar a um acordo entre Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.
As diferenças que parecem irreconciliáveis são:
Jerusalém: Israel reivindica soberania sobre a cidade inteira (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) e afirma que a cidade é sua capital “eterna e indivisivel”, após ocupar Jerusalém Oriental em 1967. A reivindicação não é reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital.
Fronteiras: os palestinos exigem que seu futuro Estado seja delimitado pelas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias, o que incluiria Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita.
Assentamentos: ilegais sob a lei internacional, construídos pelo governo israelense nos territórios ocupados após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental há mais de meio milhão de colonos judeus.
Refugiados palestinos: os palestinos dizem que os refugiados (10,6 milhões, de acordo com a OLP, dos quais cerca de metade são registrados na ONU) têm o direito de voltar ao que é hoje Israel. Mas, para Israel, permitir o retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.

6. A Palestina é um país?

A ONU reconheceu a Palestina como um "Estado observador não membro" no final de 2012, deixando de ser apenas uma "entidade” observadora.
A mudança permitiu aos palestinos participar de debates da Assembleia Geral e melhorar as chances de filiação a agências da ONU e outros organismos.
Mas o voto não criou um Estado palestino. Um ano antes, os palestinos tentaram, mas não conseguiram, apoio suficiente no Conselho de Segurança.
Quase 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (134 de 192) reconhecem a Palestina como um Estado.

7. Por que os EUA são o principal parceiro de Israel? Quem apoia os palestinos?

A existência de um importante e poderoso lobby pró-Israel nos Estados Unidos e o fato da opinião pública ser frequentemente favorável a Israel faz ser praticamente impossível a um presidente americano retirar apoio a Israel.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC no ano passado em 22 países, os EUA foram o único país ocidental com opinião favorável a Israel, e o único país na pesquisa com uma maioria de avaliações positivas (51%).
Além disso, ambos os países são aliados militares: Israel é um dos maiores receptores de ajuda americana, grande parte destinada a subsídios para a compra de armas.
Palestinos não têm apoio aberto de nenhuma potência.
Na região, o Egito deixou de apoiar o Hamas, após a deposição pelo Exército do presidente islamita Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana - historicamente associada ao Hamas. Hoje em dia o Catar é o principal país que apoia o Hamas.

8. Por que estão se enfrentando agora?

Após o colapso das negociações de paz patrocinadas pelos Estados Unidos e o anúncio, no início de junho, de um governo de união nacional entre as facções palestinas Fatah e Hamas, considerado inaceitável por Israel, iniciou-se uma nova onda de violência.
No dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados na Cisjordânia e, dias depois, encontrados mortos. Israel culpou o Hamas e prendeu centenas de membros do grupo.
Israel reconheceu posteriormente que não poderia garantir se os responsáveis teriam sido o Hamas ou um grupo independente.
Após as prisões, o Hamas disparou foguetes contra território israelense. Israel lançou ataques aéreos em Gaza.
Em 2 de julho, um dia após o funeral dos jovens israelenses, um palestino de 16 anos foi sequestrado em Jerusalém Oriental e assassinado. Três israelenses foram acusados de queimá-lo vivo e, em Gaza, houve um aumento do disparo de foguetes contra Israel.
No dia 8 de julho, o Exército de Israel lançou uma operação contra militantes do Hamas na Faixa de Gaza.

9. Como israelenses e palestinos justificam a violência?

A decisão de iniciar uma incursão terrestre em Gaza tem, segundo Israel, um objetivo: desarmar os militantes palestinos e destruir os túneis construídos pelo Hamas e outros grupos a fim de se infiltrar em Israel para realizar ataques.
Israel quer o fim do lançamento de foguetes do Hamas contra território israelense. A maioria dos foguetes não tem nenhum impacto, já que o país conta com um sistema antimísseis avançado, o Domo de Ferro.
Israel diz ter o direito de defender-se e acusa o Hamas de usar escudos humanos e realizar ataques a partir de áreas civis em Gaza. O grupo palestino nega.
O Hamas diz que lança foguetes contra Israel em legítima defesa, em retaliação à morte de partidários do grupo por Israel e dentro de seu direito de resistir à ocupação e ao bloqueio.

10. O que falta para que haja uma oportunidade de paz duradoura?

Tropas israelenses (foto: AP)Image copyrightAP
Israelenses teriam de aceitar a criação de um Estado soberano para os palestinos, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e o término das restrições à circulação de pessoas e mercadorias nas tres áreas que formariam o Estado palestino: Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Além disso, eles teriam que chegar a acordos razoáveis sobre fronteiras, assentamentos e o retorno de refugiados.
No entanto, desde 1948, ano da criação do Estado de Israel, muitas coisas mudaram, especialmente a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.
Para Israel, estes são fatos consumados, mas os palestinos insistem que as fronteiras a serem negociadas devem ser aquelas existentes antes da guerra de 1967.
Além disso, enquanto no campo militar as coisas estão cada vez mais incontroláveis na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas.
Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para palestinos e israelenses.
Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza, reinvindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado em 1967.
Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Garotinho: "Não subestimem Crivella; quem fez isso com Edir Macedo se deu mal"

  • Ale Silva/Futura Press
    "Eu dei uma aula de PMDB ao Crivella antes da eleição", diz Anthony Garotinho à BBC Brasil
    "Eu dei uma aula de PMDB ao Crivella antes da eleição", diz Anthony Garotinho à BBC Brasil
Está enganado quem pensa que Marcelo Crivella (PRB) --bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, fundada por seu tio, Edir Macedo-- transformará a prefeitura carioca em um governo teocrático, orientado por versículos da Bíblia e dogmas evangélicos. Quem afirma é o ex-governador Anthony Garotinho (PR), um dos caciques do partido do vice de Crivella, Fernando MacDowell, e espécie de "conselheiro pessoal" do novo prefeito nos últimos meses.
Mesmo atuando só nos bastidores, Garotinho adianta que Crivella fará no Rio de Janeiro um "governo conservador e de direita", obstinado em conquistar simpatia de setores não religiosos e da elite.
Segundo o ex-governador, Crivella deve fugir de radicalismos religiosos porque não pretende por em risco a ascenção de membros da igreja a cargos de destaque.
"Eu não subestimaria o governo do Crivella. Quem subestimou as atitudes do bispo Macedo se deu mal", alerta Garotinho.
"Eles são extremamente profissionais. O bispo botou sua igreja em mais de cem países. Tem mais seguidores fora do Brasil do que dentro. Vendia bilhetes (de loteria) e hoje tem a segunda maior rede de televisão do país. Tem cem emissoras de rádio. Disse que ia construir uma réplica do Templo de Salomão e agora vai fazer mais três. Na prefeitura, não deve ser diferente e quem espera amadorismo vai se decepcionar."
Em entrevista de mais de duas horas à BBC Brasil, ele nega acusações de envolvimento com milícias, se diz vítima de perseguição de juízes e dispara críticas a dezenas de desafetos políticos, especialmente do PMDB.
Garotinho é conhecido nos corredores de Brasília por carregar pastas pretas com dossiês recheados de escrituras, declarações de Imposto de Renda e cópias de documentos de figuras como o ex-governador Sérgio Cabral e o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani.
"O PMDB é como uma prostituta. Dorme com tudo mundo, faz amor com todo mundo, mas não se apaixona por ninguém", dispara, citando a conclusão de uma conversa antiga, à beira de uma lareira em Petrópolis (RJ), com Leonel Brizola, seu ex-padrinho político. O partido não comenta as críticas.

Uma "nova Universal"

Júlio César Guimarães/UOL
"A disputa Freixo-Crivella foi como a briga entre Globo e Record --qual reality show é o preferido: Big Brother ou A Fazenda?", pergunta Garotinho. Ele mesmo responde: "Ganhou a Fazenda".
De acordo com Garotinho, a igreja de Edir Macedo e Crivella teria se refinado e hoje passa por uma "transformação eclesiástica e ideológica", deixando de lado o "fundamentalismo religioso para investir no liberalismo econômico e no pragmatismo, como fazem os religiosos conservadores do partido Republicano", nos Estados Unidos.
"A Universal de hoje não é mais aquela que chuta santa na TV", diz, afirmando que a igreja renova seu tradicional rebanho oriundo de classes mais pobres com novos seguidores da classe média, do empresariado e formadores de opinião.
Membro da Igreja Presbiteriana, ele critica a postura da atual bancada religiosa no Congresso, cujos expoentes são figuras como o pastor Marco Feliciano e o militar Jair Bolsonaro.
"A Bíblia diz: Cristo foi torturado. Quem torturou Cristo foi o poder da época. Então ele não poderia jamais aceitar o apoio de Bolsonaro, não faz sentido."
Uma das mais tradicionais lideranças evangélicas do Rio, Garotinho conta que se reaproximou de Edir Macedo após um afastamento de dez anos, por sugestão do próprio Crivella. Também diz que acompanhou de perto a campanha do bispo licenciado.
"Eu dei uma aula particular de PMDB ao Crivella antes da eleição", afirma o político - sua filha, a deputada Clarissa Garotinho, estava ao lado do novo prefeito no primeiro discurso após a eleição.
A discreta aliança entre os dois foi citada em todos os debates entre candidatos cariocas, geralmente associada à suposta ligação entre Garotinho e milicianos ou a "planos religiosos fundamentalistas" de poder.
"O carioca tem direito de saber que Garotinho vai voltar com o Crivella', dizia o rival Marcelo Freixo (PSOL), derrotado no segundo turno por 59,36% a 40,64% dos votos válidos. O bispo licenciado reagia: "Não tenho compromisso com o Garotinho. Espero que esse assunto se encerre."
Crivella chegou a emitir nota negando planos de oferecer uma secretaria ao colega. "O que existe entre o partido de Crivella e o de Garotinho é uma coligação, como também existe com outros partidos. Não houve nenhuma barganha de cargos", disse.
Garotinho faz piada: "Saí do governo há 14 anos e fui o nome mais citado das eleições 2016."

Tráfico de drogas X milícias

Marco Antônio Teixeira/UOL
Garotinho critica Marcelo Freixo, que em 2008 presidiu uma CPI sobre milícias que recomendou o indiciamento mais de 200 pessoas, além de levar à prisão vereadores e um deputado
Acusado em primeira instância, em 2010, por formação de quadrilha junto ao ex-chefe de política de seu governo, Álvaro Lins, ele se diz "perseguido" pelo Judiciário fluminense e nega acusações recorrentes de favorecimento a milícias.
À BBC Brasil, Garotinho reconhece que elas foram um "efeito colateral" do combate de seu governo ao tráfico de drogas.
"Tínhamos uma determinação: desmontar o Comando Vermelho (CV). Prendemos todos os cabeças, de Marcinho VP a Fernandinho Beira-Mar. Chegou um momento em que o CV estava acabado no Rio. E quem ocupa o lugar de benfeitor do mal? Isso foi o surgimento da milícia. Por isso insinuaram que eu tinha envolvimento com milícia: nunca tive, muito pelo contrário."
Questionado por que razão teria priorizado traficantes e poupado milicianos, cuja atuação se expandiu pelo Estado durante sua gestão, Garotinho se esquiva.
"A milícia não se fortaleceu porque eu atuei para isso. Atuei para combater o CV, que era uma grande força. Não tinha milícia (antes do meu governo). Era uma coisa residual, pequena, só tinha em Rio das Pedras. Quem mandava em todo lugar era o traficante."
À reportagem, ele critica Marcelo Freixo, que em 2008 presidiu uma CPI sobre o tema que resultou no indiciamento de mais de 200 pessoas, além de levar à prisão vereadores e um deputado.
"Ele não entende disso e nunca parou para discutir esse assunto comigo", diz. "Não existe mal menor, a milícia tem que ser combatida. Mas se você não entende a origem dela, vai combater errado."
Freixo, por sua vez, criticou Garotinho durante toda a campanha e defende que o apoio do político a Crivella "não pode vir de graça, sem contrapartida".

Rosinha Garotinho

Há mais de dez anos, o ex-radialista exerce uma faceta de analista político em seu blog, onde comenta governos e partidos, acusa rivais e se defende de revezes - como a derrota de seu candidato à prefeitura de Campos dos Goytacazes, seu principal reduto eleitoral.
"O resultado da eleição não foi o que de fato aconteceu. Ali tem fraude e a coisa não é pequena. Mais do que isso eu não posso falar", diz.
Sua esposa, Rosinha, eleita governadora do Rio após sua gestão, em 2003, enfrenta um processo que pode cassar seu mandato de atual prefeita de Campos por "abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação".
Para o Tribunal Regional Eleitoral, o site da prefeitura teria sido usado para favorecer a reeleição de Rosinha e seu vice, em 2012. Garotinho novamente nega ilegalidades. "Olha que loucura: cassar uma prefeita por uma matéria publicada no portal da prefeitura. Não tem sentido. Isso é clara perseguição."
Ele prefere falar sobre supostas ilegalidades e erros políticos de seus desafetos.
O político atribuiu à "arrogância" a derrota do peemedebista Eduardo Paes, que não conseguiu levar seu sucessor Pedro Paulo ao segundo turno mesmo depois da visibilidade de eventos como a Olimpíada.
"Paes perdeu pela soberba. Tem um versículo bíblico que diz que a soberba precede a queda. Tanto é assim que ele escolheu um candidato inviável. O povo perdoa um mau gestor, mas não perdoa quem bate em mulher", diz, em referência às acusações de agressão de Pedro Paulo à então esposa - as quais ele nega veementemente.

Papa diz que atitude humana mais próxima a Deus é o 'humor'



Durante um encontro com jesuítas no Vaticano, o papa Francisco afirmou que o humor é uma das atitudes mais próximas a Deus.   



"A atitude humana mais próxima à graça de Deus é o humor", disse Francisco aos religiosos segundo informou o padre Antonio Spadaro.  

O sucessor de Bento 16 ainda destacou que a "alegria é o que constitui a mensagem evangelizadora" porque "uma boa notícia não pode ser dada com o rosto triste".   


"A alegria não é um ato decorativo, mas um claro índice da graça. Indica que o amor está ativo, operante e presente. Para quem vai buscá-la, não pode confundir-se com um efeito especial que a nossa época sabe produzir por exigência de consumo. Mas, deve buscá-lo em sua essência que é a permanência", destacou.   

Aos religiosos, que são da mesma Ordem religiosa que Jorge Mario Bergoglio, o líder católico afirmou ainda que a "misericórdia não é uma palavra abstrata, mas um estilo e vida que coloca a palavra depois dos gestos concretos".

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Jovem de 20 anos é punida com estupro coletivo na Índia


Jovem é punida na Índia com estupro coletivo decidido por conselho comunitário

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Imagem: Reprodução do vídeo “A culpa é sua”, que ironiza a tentativa de culpar mulheres indianas pelos estupros no país
Uma indiana de 20 anos foi vítima de estupro coletivo cometido por 12 homens sob a ordem de um conselho comunitário, em localidade no Leste da Índia. A medida foi uma punição à relação amorosa entre a jovem e um homem de outra comunidade, segundo informações da polícia.
O conselho local ordenou a punição na noite de terça-feira (21), depois de uma reunião de emergência em Subalpur, onde ela mora. A jovem foi hospitalizada.
Na segunda-feira (20), a relação entre a jovem e o homem foi descoberta e seus pais se declararam incapazes de pagar a multa cobrada pela infração. Durante a reunião em que a punição foi decidida, a jovem e o amante foram amarrados a duas árvores em uma praça do local.