Mostrando postagens com marcador TRUMP. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador TRUMP. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Cubanos festejam morte de Fidel pela segunda noite

A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
ANGEL VALENTIN / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP






















A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã
Cantando e dançando, os cubanos de Little Havana, em Miami, festejaram pela segunda noite consecutiva a morte de Fidel Castro, em frente ao emblemático Café Versalhes, que durante décadas foi o lugar de encontro dessa comunidade no exílio.
A festa começou à meia-noite de sexta-feira, prolongou-se durante todo o sábado e ainda continuava neste domingo de manhã, embora as ruas já tivessem sido abertas ao tráfego.
"Não me canso de comemorar, porque parece mentira. Nunca pensei que esse momento fosse chegar", comentou Delsy, que não quis dar seu sobrenome.
Um casal cantava "Guantanamera" com microfone e amplificador, enquanto outros marcavam o ritmo de "La vida es un carnaval" com panelas, e um grupo entoava "Fidel, tirano, leva o seu irmão!".
Fidel Castro morreu na noite de sexta-feira (25) em Havana, aos 90 anos, anunciou seu irmão Raúl, atual presidente cubano.
Quinze quarteirões mais ao leste, a boate de salsa Ball & Chain, um clássico entre os locais e parada obrigatória dos ônibus de turismo, oferecia descontos e promovia um novo coquetel: "Adeus Fidel".
O lugar estava abarrotado na noite de sábado. Repleta de bares e de restaurantes cubanos, a rua estava cheia de vida a altas horas da noite, "muito mais do que o normal", segundo a garçonete de um estabelecimento.
Em uma esquina próxima, em frente ao Parque Dominó, onde aposentados cubanos se reúnem todas as tardes para jogar, o futuro da Ilha era o principal tema de discussão.
"Agora, nós, cubanos, temos a esperança de que, sem Fidel, o comunismo dele vai cair e, se Deus quiser, poderemos voltar para o nosso país livre", comentou Vicente Abrez, de 65 anos.
A continuidade de Raúl Castro no poder não desanima os anticastristas que emigraram da ilha.
"Não acho que vai mudar muito, mas é uma luz no fim do túnel, é alguma coisa", disse Leticia Gallo, uma terapeuta de 44 anos que chegou a Miami há sete com um filho pequeno.
Rezando por Cuba
Na Ermita de la Caridad del Cobre, o santuário da padroeira de Cuba, o próprio arcebispo de Miami, Thomas Wenski, celebrou uma missa atipicamente cheia.
"Fidel Castro morreu. Agora lhe caberá o julgamento de Deus, que é misericordioso e também justo", disse o prelado.
"Que Santa Maria da Caridade escute o povo e adiante para Cuba a hora da reconciliação", acrescentou.
Os artistas cubanos também levantaram sua voz. O produtor musical Emilio Estefan, marido da estrela da salsa Gloria Estefan, exclamou: "Por Cuba, um novo amanhecer com um novo sol cheio de esperança".
O músico Willy Chirino participou da festa de Miami no sábado, e os músicos Arturo Sandoval, Paquito D'Rivera e Jon Secada cumprimentaram os exilados cubanos.
Castro "separou nosso povo e fez que nos odiássemos mutuamente", disse Sandoval.
Os políticos também deram seu apoio às comemorações do exilados.
O prefeito de Miami, Tomás Regalado, visitou a manifestação durante a tarde de sábado e justificou o fato de seus compatriotas mostrarem tanta alegria com uma morte.
"Nós, cubanos, temos o direito de comemorar esse dia", disse aos jornalistas, pedindo à comunidade latino-americana "que não critique os cubanos por comemorarem e que entendam o que isso significa".
Em um comunicado, o governador da Flórida, Rick Scott, disse que se unia "aos cubano-americanos de todo o país que estão incrivelmente esperançosos com o futuro de Cuba".
O senador pela Flórida Marco Rubio e Ileana Ros-Lehtinen, representante dos congressistas de origem cubana, conhecidos pelo seu anticastrismo implacável, compartilharam esta visão.
Depois de chamar Fidel de "ditador do mal, assassino" no sábado, Rubio disse hoje à rede CNN que é "patético" que o presidente Barack Obama não tenha mencionado as "milhares e milhares de pessoas que sofreram brutalmente no regime, ou que morreram tentando escapar dele".
Em sua página na Internet, a congressista Ileana Ros-Lehtinen, que representa a área do sul da Flórida onde muitos cubanos exilados vivem, celebrou a morte de Fidel.
"Um tirano está morto e um novo começo pode surgir no último bastião comunista remanescente do Hemisfério Ocidental", publicou.
Segundo o Pew Research Center, há dois milhões de cubanos nos Estados Unidos. Desse total, 68% vivem na Flórida, sendo a maioria em Miami.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

10 perguntas para entender o conflito entre israelenses e palestinos

Tanque israelense próximo à fronteira da Faixa de Gaza (foto: Epa)Image copyrightEPA
Image captionUm mês após o início da guerra na Faixa de Gaza, israelenses e palestinos vivem período de trégua
Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparados foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado na manhã desta sexta-feira.
O Exército israelense classificou os ataques como "inaceitáveis, intoleráveis e míopes". O grupo militante palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado a extensão do cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.
O atual conflito na Faixa de Gaza já dura um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU, cerca de 373 mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil pessoas foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável.
Mas para compreender o conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números.
A BBC responde a dez perguntas básicas para entender por que esse antigo conflito entre israelenses e palestinos é tão complexo e polarizado.

1. Como o conflito começou?

Image copyrightAP
O movimento sionista, que procurava criar um Estado para os judeus, ganhou força no início do século 20, incentivado pelo antissemitismo sofrido por judeus na Europa.
A região da Palestina, entre o rio Jordão e o mar Mediterrâneo, considerada sagrada para muçulmanos, judeus e católicos, pertencia ao Império Otomano naquele tempo e era ocupada, principalmente, por muçulmanos e outras comunidades árabes. Mas uma forte imigração judaica, alimentada por aspirações sionistas, começou a gerar resistência entre as comunidades locais.
Após a desintegração do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial, o Reino Unido recebeu um mandato da Liga das Nações para administrar o território da Palestina.
Mas, antes e durante a guerra, os britânicos fizeram várias promessas para os árabes e os judeus que não se cumpririam, entre outras razões, porque eles já tinham dividido o Oriente Médio com a França. Isso provocou um clima de tensão entre árabes e nacionalistas sionistas que acabou em confrontos entre grupos paramilitares judeus e árabes.
Após a Segunda Guerra Mundial e depois do Holocausto, aumentou a pressão pelo estabelecimento de um Estado judeu. O plano original previa a partilha do território controlado pelos britânicos entre judeus e palestinos.
Após a fundação de Israel, em 14 de maio de 1948, a tensão deixou de ser local para se tornar questão regional. No dia seguinte, Egito, Jordânia, Síria e Iraque invadiram o território. Foi a primeira guerra árabe-israelense, também conhecida pelos judeus como a guerra de independência ou de libertação. Depois da guerra, o território originalmente planejado pela Organização das Nações Unidas para um Estado árabe foi reduzido pela metade.
Para os palestinos, começava ali a nakba, palavra em árabe para "destruição" ou "catástrofe": 750 mil palestinos fugiram para países vizinhos ou foram expulsos pelas tropas israelenses.
Mas 1948 não seria o último ano de confronto entre os dois povos. Em 1956, Israel enfrentou o Egito em uma crise motivada pelo Canal de Suez, mas o conflito foi definido fora do campo de batalha, com a confirmação pela ONU da soberania do Egito sobre o canal, após forte pressão internacional sobre Israel, França e Grã-Bretanha.
Em 1967, veio a batalha que mudaria definitivamente o cenário na região - a Guerra dos Seis Dias. Foi uma vitória esmagadora para Israel contra uma coalizão árabe. Após o conflito, Israel ocupou a Faixa de Gaza e a Península do Sinai, do Egito; a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) da Jordânia; e as Colinas de Golã, da Síria. Meio milhão de palestinos fugiram.
Israel e seus vizinhos voltaram a se enfrentar em 1973. A Guerra do Yom Kippur colocou Egito e Síria contra Israel numa tentativa dos árabes de recuperar os territórios ocupados em 1967.
Em 1979, o Egito se tornou o primeiro país árabe a chegar à paz com Israel, que desocupou a Península do Sinai. A Jordânia chegaria a um acordo de paz em 1994.

2. Por que Israel foi fundado no Oriente Médio?

A religião judaica diz que a área em que Israel foi fundado é a terra prometida por Deus ao primeiro patriarca, Abraão, e seus descendentes.
A região foi invadida pelos antigos assírios, babilônios, persas, macedônios e romanos. Roma foi o império que nomeou a região como Palestina e, sete décadas depois de Cristo, expulsou os judeus de suas terras depois de lutar contra os movimentos nacionalistas que buscavam independência.
Com o surgimento do Islã, no século 7 d.C., a Palestina foi ocupada pelos árabes e depois conquistada pelas cruzadas europeias. Em 1516, estabeleceu-se o domínio turco, que durou até a Primeira Guerra Mundial, quando o mandato britânico foi imposto.
A Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina disse em seu relatório à Assembleia Geral em 3 de setembro de 1947 que as razões para estabelecer um Estado judeu no Oriente Médio eram baseados em "argumentos com base em fontes bíblicas e históricas", na Declaração de Balfour de 1917 - em que o governo britânico se pôs favorável a um "lar nacional" para os judeus na Palestina - e no mandato britânico na Palestina.
Reconheceu-se a ligação histórica do povo judeu com a Palestina e as bases para a constituição de um Estado judeu na região.
Após o Holocausto nazista contra milhões de judeus na Europa durante a Segunda Guerra Mundial, cresceu a pressão internacional para o reconhecimento de um Estado judeu.
Sem conseguir resolver a polarização entre o nacionalismo árabe e o sionismo, o governo britânico levou a questão à ONU.
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral aprovou um plano de partilha da Palestina, que recomendou a criação de um Estado árabe independente e um Estado judeu e um regime especial para Jerusalém.
O plano foi aceito pelos israelenses mas não pelos árabes, que o viam como uma perda de seu território. Por isso, nunca foi implementado.
Um dia antes do fim do mandato britânico da Palestina, em 14 de maio de 1948, a Agência Judaica para Israel, representante dos judeus durante o mandato, declarou a independência do Estado de Israel.
No dia seguinte, Israel solicitou a adesão à ONU, condição que alcançou um ano depois. Hoje, 83% dos membros da ONU reconhecem Israel (160 de 192).

3. Por que há dois territórios palestinos?

Relatório da Comissão Especial das Nações Unidas para a Palestina à Assembleia Geral, em 1947, recomendou que o Estado árabe incluiria a área oeste da região da Galileia, a região montanhosa de Samaria e Judeia com a exclusão da cidade de Jerusalém e a planície costeira de Isdud até a fronteira com o Egito.
Mas a divisão do território foi definida pela linha de armistício de 1949, estabelecida após a primeira guerra árabe-israelense.
Os dois territórios palestinos são a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. A distância entre eles é de cerca de 45 km de distância. A área é de 5.970 km2 e 365 km2, respectivamente.
Originalmente ocupada por Israel, que ainda mantém o controle de sua fronteira, Gaza foi ocupada pelo Exército israelense na guerra de 1967 e foi desocupada apenas em 2005. O país, no entanto, mantém um bloqueio por ar, mar e terra que restringe a circulação de mercadorias, serviços e pessoas.
Gaza é atualmente controlada pelo Hamas, o principal grupo islâmico palestino que nunca reconheceu os acordos assinados entre Israel e outras facções palestinas.
A Cisjordânia é governada pela Autoridade Nacional Palestina, governo palestino reconhecido internacionalmente, cujo principal grupo, o Fatah, é laico.

4. Israelenses e palestinos nunca se aproximaram da paz?

Após a criação do Estado de Israel e o deslocamento de milhares de pessoas que perderam suas casas, o movimento nacionalista palestino começou a se reagrupar na Cisjordânia e em Gaza, controlados pela Jordânia e Egito, respectivamente, e nos campos de refugiados criados em outros países árabes.
Pouco antes da guerra de 1967, organizações palestinas como o Fatah, liderado por Yasser Arafat, formaram a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e lançaram operações contra Israel, primeiro a partir da Jordânia e, depois, do Líbano. Os ataques também incluíram alvos israelenses em solo europeu.
Em 1987, teve-se início o primeiro levante palestino contra a ocupação israelense. A violência se arrastou por anos e deixou centenas de mortos. Um dos efeitos da intifada foi a assinatura, entre a OLP e Israel em 1993, dos acordos de paz de Oslo, nos quais a organização palestina renunciou à "violência e ao terrorismo" e reconheceu o "direito" de Israel "de existir em paz e segurança", um reconhecimento que o Hamas nunca aceitou.
Após os acordos assinados em Oslo, foi criada a Autoridade Nacional Palestina, que representa os palestinos nos fóruns internacionais. O presidente é eleito por voto direto. Ele, por sua vez, escolhe um primeiro-ministro e os membros de seu gabinete. Suas autoridades civis e de segurança controlam áreas urbanas (zona A, segundo Oslo). Somente representantes civis - e não militares - governam áreas rurais (área B).
Jerusalém Oriental, considerada a capital histórica de palestinos, não está incluída neste acordo e é uma das questões mais polêmicas entre as partes.
Mas, em 2000, a violência voltou a se intensificar na região, e teve início a segunda intifada palestina. Desde então, israelenses e palestinos vivem num estado de tensão e conflito permanentes.

5. Quais são os principais pontos de conflito?

Bill Clinton (à esq.) e Yasser Arafat (à. dir) Foto: APImage copyrightAP
A demora na criação de um Estado palestino independente, a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e a barreira construída por Israel - condenada pelo Tribunal Internacional de Haia - complicam o andamento de um processo paz.
Mas estes não são os únicos obstáculos, como ficou claro no fracasso das últimas negociações de paz sérias, em Camp David, nos Estados Unidos, em 2000, quando o então presidente Bill Clinton não conseguiu chegar a um acordo entre Arafat e o primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.
As diferenças que parecem irreconciliáveis são:
Jerusalém: Israel reivindica soberania sobre a cidade inteira (sagrada para judeus, muçulmanos e cristãos) e afirma que a cidade é sua capital “eterna e indivisivel”, após ocupar Jerusalém Oriental em 1967. A reivindicação não é reconhecida internacionalmente. Os palestinos querem Jerusalém Oriental como sua capital.
Fronteiras: os palestinos exigem que seu futuro Estado seja delimitado pelas fronteiras anteriores a 4 de junho de 1967, antes do início da Guerra dos Seis Dias, o que incluiria Jerusalém Oriental, o que Israel rejeita.
Assentamentos: ilegais sob a lei internacional, construídos pelo governo israelense nos territórios ocupados após a guerra de 1967. Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental há mais de meio milhão de colonos judeus.
Refugiados palestinos: os palestinos dizem que os refugiados (10,6 milhões, de acordo com a OLP, dos quais cerca de metade são registrados na ONU) têm o direito de voltar ao que é hoje Israel. Mas, para Israel, permitir o retorno destruiria sua identidade como um Estado judeu.

6. A Palestina é um país?

A ONU reconheceu a Palestina como um "Estado observador não membro" no final de 2012, deixando de ser apenas uma "entidade” observadora.
A mudança permitiu aos palestinos participar de debates da Assembleia Geral e melhorar as chances de filiação a agências da ONU e outros organismos.
Mas o voto não criou um Estado palestino. Um ano antes, os palestinos tentaram, mas não conseguiram, apoio suficiente no Conselho de Segurança.
Quase 70% dos membros da Assembleia Geral da ONU (134 de 192) reconhecem a Palestina como um Estado.

7. Por que os EUA são o principal parceiro de Israel? Quem apoia os palestinos?

A existência de um importante e poderoso lobby pró-Israel nos Estados Unidos e o fato da opinião pública ser frequentemente favorável a Israel faz ser praticamente impossível a um presidente americano retirar apoio a Israel.
De acordo com uma pesquisa encomendada pela BBC no ano passado em 22 países, os EUA foram o único país ocidental com opinião favorável a Israel, e o único país na pesquisa com uma maioria de avaliações positivas (51%).
Além disso, ambos os países são aliados militares: Israel é um dos maiores receptores de ajuda americana, grande parte destinada a subsídios para a compra de armas.
Palestinos não têm apoio aberto de nenhuma potência.
Na região, o Egito deixou de apoiar o Hamas, após a deposição pelo Exército do presidente islamita Mohamed Morsi, da Irmandade Muçulmana - historicamente associada ao Hamas. Hoje em dia o Catar é o principal país que apoia o Hamas.

8. Por que estão se enfrentando agora?

Após o colapso das negociações de paz patrocinadas pelos Estados Unidos e o anúncio, no início de junho, de um governo de união nacional entre as facções palestinas Fatah e Hamas, considerado inaceitável por Israel, iniciou-se uma nova onda de violência.
No dia 12 de junho, três jovens israelenses foram sequestrados na Cisjordânia e, dias depois, encontrados mortos. Israel culpou o Hamas e prendeu centenas de membros do grupo.
Israel reconheceu posteriormente que não poderia garantir se os responsáveis teriam sido o Hamas ou um grupo independente.
Após as prisões, o Hamas disparou foguetes contra território israelense. Israel lançou ataques aéreos em Gaza.
Em 2 de julho, um dia após o funeral dos jovens israelenses, um palestino de 16 anos foi sequestrado em Jerusalém Oriental e assassinado. Três israelenses foram acusados de queimá-lo vivo e, em Gaza, houve um aumento do disparo de foguetes contra Israel.
No dia 8 de julho, o Exército de Israel lançou uma operação contra militantes do Hamas na Faixa de Gaza.

9. Como israelenses e palestinos justificam a violência?

A decisão de iniciar uma incursão terrestre em Gaza tem, segundo Israel, um objetivo: desarmar os militantes palestinos e destruir os túneis construídos pelo Hamas e outros grupos a fim de se infiltrar em Israel para realizar ataques.
Israel quer o fim do lançamento de foguetes do Hamas contra território israelense. A maioria dos foguetes não tem nenhum impacto, já que o país conta com um sistema antimísseis avançado, o Domo de Ferro.
Israel diz ter o direito de defender-se e acusa o Hamas de usar escudos humanos e realizar ataques a partir de áreas civis em Gaza. O grupo palestino nega.
O Hamas diz que lança foguetes contra Israel em legítima defesa, em retaliação à morte de partidários do grupo por Israel e dentro de seu direito de resistir à ocupação e ao bloqueio.

10. O que falta para que haja uma oportunidade de paz duradoura?

Tropas israelenses (foto: AP)Image copyrightAP
Israelenses teriam de aceitar a criação de um Estado soberano para os palestinos, o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e o término das restrições à circulação de pessoas e mercadorias nas tres áreas que formariam o Estado palestino: Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza.
Grupos palestinos deveriam renunciar à violência e reconhecer o Estado de Israel.
Além disso, eles teriam que chegar a acordos razoáveis sobre fronteiras, assentamentos e o retorno de refugiados.
No entanto, desde 1948, ano da criação do Estado de Israel, muitas coisas mudaram, especialmente a configuração dos territórios disputados após as guerras entre árabes e israelenses.
Para Israel, estes são fatos consumados, mas os palestinos insistem que as fronteiras a serem negociadas devem ser aquelas existentes antes da guerra de 1967.
Além disso, enquanto no campo militar as coisas estão cada vez mais incontroláveis na Faixa de Gaza, há uma espécie de guerra silenciosa na Cisjordânia, com a construção de assentamentos israelenses, o que reduz, de fato, o território palestino nestas áreas.
Mas talvez a questão mais complicada pelo seu simbolismo seja Jerusalém, a capital tanto para palestinos e israelenses.
Tanto a Autoridade Palestina, que governa a Cisjordânia, quanto o grupo Hamas, em Gaza, reinvindicam a parte oriental como a capital de um futuro Estado palestino, apesar de Israel tê-la ocupado em 1967.
Um pacto definitivo nunca será possível sem resolver este ponto.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Câmara de Campinas aprova "aplauso" ao presidente eleito dos EUA, Donald Trump


A Câmara de Campinas que ganhou repercussão nacional por moções e projetos polêmicos, aprovou na sessão desta quarta-feira (16) um requerimento de aplauso ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump.
O requerimento do vereador Paulo Galtério (PSB) foi aprovado praticamente sem discussão, com ampla maioria e apenas quatro votos contrários. Apenas Paulo Bufalo (Psol) usou a tribuna para discursar contra a proposta, que considerou "lamentável a iniciativa de aplaudir um cidadão eleito com posições machistas, xenofóbicas (antipatia pelo estrangeiro), com posições que aparta a sociedade".
Após a confirmação da vitória do republicano Donald Trump, no último dia 09, bolsas do mundo todo registraram fortes quedas nas ações. A ascensão de Trump é vista com desconfiança pelos mercados e é temida por líderes internacionais, isso porque durante a campanha ele afirmou que irá deportar latinos, aumentar o protecionismo nacional, construir um muro para separar o México dos Estados Unidos, entre outras pautas conservadoras.
Em abril, oito dias após o deputado Jair Bolsonaro (PSC) apoiar a votação do impeachment e invocar a “memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff”, os parlamentares aprovaram uma moção de repúdio a essa reverência.
O deputado protestou contra o posicionamento e chamou os vereadores de “otários” em entrevistas à imprensa. Em contra-ataque, a Câmara declarou Bolsonaro persona non grata em Campinas, sua cidade natal.
O parlamentar Jota Silva (PSB) tentou emplacar em novembro de 2015 um projeto para instalar um letreiro, semelhante ao de Hollywood, com os dizeres “Campinas, terra de Carlos Gomes”, a medida não avançou.
Já em outubro, Campos Filhos (DEM), propôs uma moção - que foi aprovada e encaminhada ao Ministério da Educação - para anular uma questão do Enem daquele ano que citava a filósofa feminista, Simone de Beauvoir. "É uma iniciativa (do governo federal) demoníaca. Porque eles estão querendo empurrar (o conceito) goela abaixo das pessoas quando se coloca uma situação dessas na prova do Enem", disse à época.
Em agosto de 2015, novamente Jota Silva (PSB) propôs um projeto de lei para celebrar o “Dia do Gol da Alemanha”, o objetivo era comemorar oficialmente no calendário da cidade a data que marcou o maior massacre do futebol brasileiro, quando o técnico Felipão e seus comandados levaram uma surra de 7 a 1 dos germânicos, no Mineirão, na Copa de 2014.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Obama alerta para o perigo de um "nacionalismo rude" de Trump e Le Pen Leia mais: Obama alerta para o perigo de um "nacionalismo rude" de Trump e Le Pen http://www.jn.pt/mundo/interior/obama-alerta-para-o-perigo-de-um-nacionalismo-rude-de-trump-e-le-pen-5499551.html#ixzz4Q7eInkbg Follow us: jornalnoticias on Facebook

Credores dos EUA processam Samarco por desastre em Mariana

Alegação é de falsas declarações sobre rompimento de barragem que destruiu cidade e matou 19 pessoas, em Minas Gerais

Credores dos Estados Unidos processaram, nesta segunda-feira (14), a mineradora brasileira Samarco, por falsas declarações sobre a tragédia de Mariana, quando uma barragem de mineração se rompeu e, além de destruir a cidade, matou 19 pessoas, em Minas Gerais.
PUB
A barragem cedeu em 5 de novembro de 2015, derramando 32 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, que segundo a ONU continham perigosas substâncias contaminantes.
O tsunami de lama se arrastou por 640 km ao longo do Rio Doce, matando trabalhadores mineiros e habitantes de Bento Rodrigues. Outras milhares de pessoas perderam suas casas e seus trabalhos.
A sucursal do Banco Safra nas Ilhas Cayman, individualmente e em nome de investidores detentores de títulos da Samarco com vencimento em 2022, 2023 e 2024, disse que a Samarco e Ricardo Vescovi, presidente da companhia na época do acidente, fizeram declarações falsas ou enganosas relacionadas aos defeitos sistêmicos e estruturais de longa data na barragem de rejeitos de Fundão.
Representantes da Samarco não foram imediatamente encontrados para comentários sobre a ação apresentada em tribunal de Manhattan. A companhia suspendeu a produção após o desastre. As informações são da Reuters.
O processo busca compensação para danos causados por supostas violações das leis do mercado de capitais dos Estados Unidos e busca a abertura de uma ação coletiva para investidores. Foi dito que Nova York era a jurisdição apropriada porque o banco comprou notas da Samarco de corretores operadores e contrapartes no distrito.
A Samarco, uma joint venture entre Vale e BHP Billiton, tem 2,2 bilhões de dólares em pagamentos de obrigações pendentes. A companhia está em "default" após não efetuar dois pagamentos de juros relacionados às suas obrigações.
O Banco Safra também alega que investidores foram levados a crer que a Samarco havia tomado medidas para evitar um desastre catastrófico em sua barragem de rejeitos de Fundão, mas essas medidas não existiram.

TURQUIA ANUNCIA QUE DESEJA ‘EXPANDIR’ TERRITÓRIO E PODERIA INVADIR ISRAEL

Resultado de imagem para erdogan ottoman

O presidente da Tuquia, Recep Taiyyp Erdogan, voltou a dar mostras que pretende restaurar o poder que seu país tinha quando liderava o Império Otomano. Também deixa claro sua intenção de restaurar o califado que existiu entre 1299 e 1922 e no seu auge dominava uma área que incluía países como Síria e Israel.

Durante uma cerimônia que marcou o aniversário da morte do fundador da República da Turquia, , Erdogan lamentou que o país não tenha mais o vasto território que já dominou um dia.

“Não podemos ser prisioneiros de 780 mil km quadrados”, afirmou. “As nossas fronteiras físicas são uma coisa, mas as nossas fronteiras do coração são outra totalmente diferente. Nossos irmãos da Crimeia, do Cáucaso, de Alepo, de Mossul (…) podem estar fora das nossas fronteiras físicas, mas estão dentro das fronteiras do nosso coração”, reiterou o presidente diante de uma multidão.


Essa ideologia “neo-otomana”, que está centrada numa administração centralizada na figura do presidente, ganhou força após o golpe de estado fracassado em meados deste ano.

Erdogan defende a recuperação de sua influência política nas regiões que faziam parte do Império Otomano (que se estendeu pela Europa, Ásia e Médio Oriente). Estas declarações expansionistas vêm sendo comuns quando o líder turco fala sobre intervenções militares no Iraque e na Síria.

A Turquia aproveitou a fragilidade dos territórios vizinhos após a guerra com radicais como o Estado Islâmico, para atacar regiões curdas que reivindica como parte do seu território. Também colocou tropas junto da fronteira com o Iraque. O governo de Bagdá advertiu Erdogan para não entrar no território vizinho, ameaçando iniciar uma guerra turco-iraquiana.

Como a Turquia faz parte da OTAN, seu tratado determina que uma agressão a um membro determina a intervenção de todo o bloco. Isso apenas criaria mais um ato de guerra na complicada situação que vive o Oriente Médio.

Ao mesmo tempo, em nome do combate ao terrorismo, ele já anunciou que poderia tomar parte da Síria, que atualmente se encontra desguarnecida por que seu exército está concentrado nos combates contra o Estado Islâmico na região de Raqqa.

Como existem soldados turcos e diferentes frentes no Iraque e na Síria, analistas acreditam que uma vez que o Estado Islâmico seja derrotado, a Turquia poderá tentar conquistar essas regiões. Na lista de locais que Erdogan já sinalizou desejar “de volta” estão ilhas gregas e Chipre, que a Turquia invadiu em 1974.
Reescrevendo a história

Na tentativa de “recuperar” o passado do Império Otomano, Erdogan já anunciou que pretende reformar o ensino básico, de forma a que a História seja ensinada da “maneira certa”.

“Não aceitaremos que tentem limitar a história do nosso Estado e da nossa nação a 90 anos. Vamos adotar todas as medidas [contra essa ideia], incluindo rever os livros da escola primária”, enfatizou. Isso incluiria um território que se estende para dentro da atual Grécia, partes do Iraque, descendo por toda a Síria e chegando até Jerusalém.

Cerca de 50 mil professores foram afastados após o golpe de Estado, bem como a maioria dos líderes do exército. Também anunciou que pode transformar as escolas públicas em “centros de formação islâmica”.

O site especializado em política internacional, Foreign Policy, denunciou que todos os mapas da Turquia mostrada na TV estatal nos últimos meses mostram um território maior que o oficial, avançando sobre regiões do Iraque, da Síria e da Grécia.

Invadindo Jerusalém

Em um discurso feito em meados de 2015, Erdogan afirmou ter o mesmo espírito de Saladino, e que deseja expulsar de Jerusalém a quem ele considera os cruzados modernos, unificando o mundo muçulmano.

“Estou certo de que o grande comandante Saladino está reunindo todos os povos do Oriente Médio em um exército que derrotou os cruzados. Saladino está testemunhando o que estamos fazendo aqui espiritualmente. Eu estava em sua presença espiritual e dirijo-me a ele aqui em Hakkari com os homens poderosos da Turquia.”

“Jerusalém não é para os cruzados… Alá testemunha isso. Um povo, uma bandeira, uma nação e um Estado! Jerusalém é para os muçulmanos e não para Israel”, enfatizou Erdogan.

“Por que deveríamos continuar a ser amigos com aqueles que pisaram com suas botas no Monte do Templo? Eles insistem que temos de ser amigos? Eu digo, não seremos”, finalizou.


Por Jarbas Aragão - Gospel Prime

sábado, 12 de novembro de 2016

MAIS SUJEIRA: CONFIRA OS VÍDEOS DOS RITUAIS SATÂNICOS QUE HILLARY CLINTON ESTÁ ENVOLVIDA (IMAGENS FORTES)

Resultado de imagem para marina spirit cooking hillary

Não é novidade isso que está sendo exposto: Todos eles são satanistas.

No que é, sem dúvida, a mais bizarra revelação do Wikileaks até o momento, o presidente da campanha de Clinton, John Podesta, foi convidado para participar de um ritual de ocultismo fundado pelo satanista Aleister Crowley.

O vídeo abaixo tem cenas pesadas, de causar embrulho no estômago. Não recomendo que pessoas despreparadas assistam.


Vídeo produzido por Alex Jones:

Donald Trump já teve interesse em Campinas

O hotel do grupo Trump na Barra da Tijuca: empreendimento acabou entrando na mira da Procuradoria da República, que investiga irregularidades
Divulgação
O hotel do grupo Trump na Barra da Tijuca: empreendimento acabou entrando na mira da Procuradoria da República, que investiga irregularidades
O bilionário norte-americano Donald Trump, eleito nesta semana presidente dos Estados Unidos, já se interessou em fazer negócios em Campinas. Mas o projeto, na área imobiliária, acabou sendo implementado sem que ele participasse efetivamente do investimento.
Em 2011, Trump sentou-se com o empresário campineiro Mario Garnero, em sua sala na Trump Tower, em Nova York, para discutir o assunto. Eles falaram do que hoje é o Entreverdes, empreendimento imobiliário que reuniria, segundo cálculos feitos na época, investimento de algo em torno de R$ 600 milhões.
“Ele é muito pouco burocrático e muito direto”, disse Garnero ao avaliar o encontro. A revelação foi feita pela jornalista Sonia Racy, em sua coluna “Direto da Fonte”, publicada na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S. Paulo.
Ivanka Trump, filha do presidente eleito dos EUA, e um de seus principais interlocutores de negócios, veio ao Brasil e passou uma semana hospedada na casa de Garnero para discutir o assunto.
O projeto, de alto padrão, contempla terrenos com mais de mil metros quadrados, fica no distrito de Sousas e foi um dos propulsores da obra de extensão da Avenida Mackenzie, entregue para tráfego no começo deste ano e que criou um novo acesso a Sousas. Sem Trump, a obra foi viabilizada em parceria com a construtora Rossi. E vai muito bem.
Outro filho de Trump, Donald Jr., que atua com ele em suas empresas, também andou flertando com o Brasil, mas sem transformar o projeto em realidade - pelo menos até agora. Em 2012, ele negociou com o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), um projeto de mais de US$ 2 bilhões que previa revitalização de parte da zona portuária da cidade.
A proposta está engavetada, mas o grupo construiu um hotel na Barra da Tijuca, que foi aberto para receber hóspedes para as Olimpíadas, em agosto, mesmo sem estar 100% pronto. Trump pai havia prometido a inauguração a tempo de receber gente para os Jogos - e fez valer sua palavra.
O Trump Hotel Rio de Janeiro abriu as portas com 70 dos 170 quartos em funcionamento e um canteiro de obras dentro do empreendimento. Na recepção, a informação dos funcionários era que o negócio estaria operando em “soft opening” - uma espécie de abertura adiantada. A prática é comum em restaurantes: o cliente paga um preço menor pelos pratos, prometendo, em troca, fazer vista grossa para eventuais desajustes.
No último dia das Olimpíadas, com a cidade lotada de turistas, quem fosse à Rua Professor Coutinho Fróis, na Barra, encontrava um quarto no Trump Rio por R$ 600,00 - cerca de 20% do valor cobrado na acomodação mais “popular” do Copacabana Palace, por exemplo.
Na última sexta-feira, era possível reservar um quarto para uma pessoa no hotel por R$ 509,00 pelo site booking.com. A nota média dos hóspedes que passaram por lá, de 7,7 , não está entre as mais altas do sistema.
Investigação
Mas nem tudo são flores para Trump no Brasil. A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu um PIC (Procedimento Investigatório Criminal) e um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades em negócios do grupo The Trump Organization, que pertence ao magnata.
A suspeita foi levantada pelo jornal “Folha de S.Paulo” em outubro, e indicava que fundos de investimentos favoreceram “de forma suspeita” a construção do hotel na Barra, feita em parceria com fundos de pensão. O caso tramita como desdobramento da Operação Greenfield, que investiga irregularidades em projetos bancados por fundos de investimento de servidores estatais.
O alvo das investigações é o FIP (Fundo de Investimento em Participações) LSH Barra, constituído em abril de 2012 e que recebeu investimentos dos fundos de pensão Serpros (Instituto Serpro de Seguridade Social), vinculado ao Ministério da Fazenda, e do Igreprev (Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Tocantins).
O FIP teve por objetivo realizar investimentos na LSH Barra Empreendimentos Imobiliário, sediada no Rio. O Serpros e o Igeprev investiram, juntos, cerca de R$ 130 milhões no projeto.
O LSH Barra, segundo o Ministério Público Federal, foi criada para viabilizar um hotel cuja construção “deveria ter começado em janeiro de 2014, em conjunto com o grupo The Trump Organization, controlado pelo empreendedor Donald John Trump, com atuação no Brasil capitaneada pelo vice-presidente executivo de Construções e Aquisições da holding, Donald Trump Jr.”.
O hotel, porém, não ficou pronto antes das Olimpíadas do Rio. Sua inauguração em 2016, de forma parcial, “impediu a realização de receitas tal como previsto em 2014”, segundo a Procuradoria, que quer saber se houve “temeridade” no investimento, pois os dois fundos de pensão “são pequenos, que contam com recursos garantidores modestos, se comparados com fundos de pensão como Funcef, Petros e Previ”.
O principal ponto da apuração é saber se houve uma “sobreprecificação” nos valores destinados ao hotel pelos fundos de pensão Serpros e Igeprev - ou seja, se os gestores já sabiam que o hotel não renderia o retorno anunciado na constituição do negócio, em 2012, e mesmo assim negociaram as cotas com os fundos de pensão tendo em conta projeções supervalorizadas.
“Em razão dos elementos financeiros e econômicos mencionados, é possível que Serpros e Igeprev tenham que realizar a provisão de mais da metade de seus investimentos no FIP LSH. É necessário, porém, investigar se a empresa objeto do investimento já estava sobreprecificada desde o aporte inicial de capital no fundo, o que poderia significar uma gestão fraudulenta das instituições investidores por parte de seus diretores/gestores, com a participação do agentes econômicos e avaliadores envolvidos”, afirma a Procuradoria.
O órgão também quer saber se algum crime foi cometidos para o fechamento do negócio. “É necessário ainda verificar se o favorecimento pelas entidades de previdência da empresa LSH Barra Empreendimentos Imobiliários e do grupo empresarial The Trump Organization deu-se por meio de pagamento ilícito de comissões e propinas, tais como noutros casos apurados no bojo da Operação Greenfield - considerando, em especial, a grande similitude do modus operandi”.
A segunda linha de apuração tem por objetivo apurar as parcerias do grupo The Trump Organization em torno de empreendimento de escritórios na região de Porto Maravilha, na zona portuária do Rio. Segundo o procurador da República, o The Trump Organization foi beneficiado “de forma suspeita” por um FI (fundo de investimento) do FGTS, administrado pela Caixa Econômica.
A Procuradoria da República afirma que no bojo de ação penal já em andamento na 10ª Vara Federal de Brasília, há “demonstração de que, com a complacência da vice-presidência de Gestão de Ativos de Terceiros da Caixa Econômica Federal, recursos do FI-FGTS foram aplicados indevidamente, em troca de propinas que, entre outros, beneficiaram ilicitamente o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Entre os casos apurados em que se registrou a cobrança de propinas, está o investimento no projeto Porto Maravilha”.