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BOLSONARO | Negou ofensas
O Conselho de Ética da Câmara decidiu ontem, por 11 votos a 1, arquivar a representação do PV que pedia a cassação do mandato de Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por ele ter defendido em plenário a memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos principais símbolos da repressão durante a ditadura.
Em abril, ao votar a favor do processo de impeachment de Dilma Rousseff, Bolsonaro elogiou a memória do militar, morto em 2015, chamando-o de "pavor de Dilma", expressão entendida pelos autores da representação como apologia ao crime de tortura. O relatório do deputado Odorico Monteiro (Pros-CE) era pela continuidade do processo, mas foi derrotado.
A tese que prevaleceu é a de que o deputado expressou sua livre opinião política, amparado na inviolabilidade parlamentar, raciocínio reunido em relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-RO).
"Sou capitão do Exército, conhecia e era amigo do coronel, sou amigo da viúva. [...] Ustra recebeu a mais alta comenda do Exército, é um herói brasileiro", afirmou Bolsonaro ao conselho na terça.
Também ontem, durante reunião do conselho, Bolsonaro disse nunca ter usado expressões homofóbicas contra o também deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), que é homossexual.
O Conselho analisa pedido de cassação do mandato de Wyllys por ele ter cuspido na direção de Bolsonaro no dia da votação do impeachment.
Segundo depoimento do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que disse ter testemunhado a confusão, Wyllys foi previamente ofendido por Bolsonaro com as expressões "queima-rosca", "franguinha" e "viadinho". "Isso não houve, não só naquele momento, mas em momento nenhum. Minha briga com ele (Willys) é no campo das ideias", disse Bolsonaro.
O deputado Glauber (PSOL-RJ) afirmou que Bolsonaro mentiu ao dizer que nunca direcionou ataques homofóbicos ao colega. Ele leu na sessão declarações atribuídas a Bolsonaro em outras sessões da Câmara em que ele chama o colega de adorador do "aparelho excretor", por exemplo.
Bolsonaro não falou diretamente sobre essas declarações e acusou Glauber de mentir. Fez ainda insinuações de que o deputado defenderia Wyllys como marido e mulher. "Faça essa carinha quando tiver com Jean Wyllys, ele vai gostar muito, vai gostar desse biquinho", disse, em direção a Glauber.
| FOLHAPRESS
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